O incêndio rural que lavra na Madeira desde quarta-feira mantém ao final da tarde de hoje três frentes ativas, anunciou o presidente do Governo Regional, referindo que há 160 pessoas em equipamentos públicos após terem sido retiradas das suas casas por precaução.
Numa conferência de imprensa para balanço da situação pelas 19h00, Miguel Albuquerque disse que em causa estão as frentes da Serra de Água e da Encumeada, no concelho da Ribeira Brava, e no Paul da Serra, já no município da Calheta.
Neste momento, o concelho de Câmara de Lobos tem alguns focos de incêndio em zona de mato, mas estão controlados, indicou.
As 160 pessoas retiradas das residências têm todas as “condições mínimas de conforto e estão acompanhadas do ponto de vista médico e social”.
“Foram retiradas tendo em vista razões de precaução, sobretudo para evitar a inalação de fumos”, afirmou o governante, sublinhando que “até agora não houve qualquer vítima a lamentar, não há qualquer habitação consumida pelo fogo, não houve qualquer destruição de infraestruturas essenciais”, inclusive a central elétrica da Serra de Água.
A prioridade no combate às chamas é “a salvaguarda de pessoas e bens”, tendo a situação mais grave sido registada à noite, no Curral das Freiras, concelho de Câmara de Lobos. Depois de deflagrar na quarta-feira na Serra de Água, na Ribeira Brava, foi a este município que as chamas alastraram primeiro.
Segundo Miguel Albuquerque, estão a ser feitas faixas e contenção do fogo no Paul da Serra e junto à Estalagem da Encumeada, sendo a previsão meteorológica para as próximas horas “mais favorável” às operações.
“Mas vamos continuar a atuar nas três frentes, como temos atuado, com os nossos profissionais nas zonas adequadas e críticas”, acrescentou.
O social-democrata adiantou ainda que o Governo Regional vai proceder à limpeza de escarpas nas zonas afetadas “tendo em vista minimizar eventuais derrocadas que ocorram depois do fogo”.
Às 19h00 estavam a combater o incêndio 195 operacionais nos concelhos afetados, apoiados por 38 viaturas e pelo meio aéreo existente na região, incluindo os 76 elementos da força conjunta da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil que chegaram à Madeira na madrugada de hoje.
De acordo com o secretário regional da Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, está ainda prevista a chegada de 15 operacionais disponibilizados pela Região Autónoma dos Açores, no início da madrugada de segunda-feira.
Sobre críticas à atuação do Governo Regional no combate ao incêndio, Miguel Albuquerque rejeitou, reforçando que não há vítimas nem habitações afetadas.
“Nós não somos imunes às críticas, mas sabemos distinguir aquilo que são críticas racionais e credíveis daquilo que é folclore político para tirar dividendos da desgraça”, realçou.