A Iniciativa Liberal apresentou na ALRAM um Projeto de Resolução no sentido de recomendar ao Governo Regional o iniciar, junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o processo de candidatura da Festa Madeirense para o reconhecimento como Património Cultural Imaterial da Humanidade.
O partido fundamenta-o com toda a singularidade associada a esta época na Madeira e como é vivida por cá a ‘festa’.
“A maneira como os madeirenses comemoram o Natal e o Fim do Ano é única no mundo. Um verdadeiro repositório de tradição que se estende por todo o arquipélago. A Festa é, para nós, um momento de celebração, de família, de enorme alegria e partilha, um encantamento único. A Festa contém o que de mais nobre há na cultura popular madeirense.
A Festa começa no início de dezembro, quando se inauguram as coloridas iluminações, e termina com o Varrer dos Armários, celebrado a 15 de janeiro, dia de Santo Amaro. Os mais rijos aguentam mesmo até ao Santo Antão, a 17 no Seixal.
O próprio vocabulário contém a Festa como data central: “a Festa”, “o dia da Festa”, “o porco da Festa”, “antes da Festa”, “depois da Festa”, “quando chegarmos à Festa”, etc.
Na Festa está tudo o que somos: as Missas do Parto, a morte do porco, o tocar do Búzio, a Noite do Mercado (que hoje se replica por todo o arquipélago), a Noite do Pão, as decorações de casa com as lindíssimas mesas de Natal sobre as toalhas de bordado únicas no mundo, os cantares da época, a Noite de Natal e a sua Missa do Galo, a Lapinha e os Presépios, o Pinheirinho, as Searinhas, as Oitavas, as luzes, a Placa Central, a Passagem do Ano e o enorme Festival Pirotécnico, a gastronomia associada ao período (bolo e broas de mel, as rosquilhas, os palitos de cerveja, o bolo preto e as rabanadas, o tim-tam-tum, o licor de tangerina, a carne de vinha d’alhos, o anis, a canja, o cacau, o vinho Madeira, o cortadinho, a poncha, etc.)”, é explicado.