MADEIRA Meteorologia

Funchal de costas voltadas

    JM-Madeira

    JM-Madeira

    Data de publicação
    28 Fevereiro 2021
    5:00

    Medidas avulsas

    carlaribeiro@jm-madeira.pt

    A Região, no seu todo, tem uma falta estrutural de resposta para os sem-abrigo. O Funchal, em particular, está extremamente votado ao abandono no que às mesmas pessoas diz respeito. É uma cidade abandonada. A acusação parte de Duarte Paiva, da Associação Conversa Amiga (ACA), a qual está na Madeira há quatro anos e fez uma parceria com a Câmara da capital madeirense para desenvolver um projeto de apoio aos sem-abrigo, no qual, se integra a criação dos 12 cacifos que estão no Campo da Barca. Além dos cacifos, a ACA criou caixas de correio, na sede (cedida pela Autarquia) para que os sem-abrigo possam ter uma morada onde possa chegar a sua correspondência. E desenvolveu várias iniciativas com equipas de rua que vão no sentido de ajudar aqueles que estão mais vulneráveis. Acontece que, segundo Duarte Paiva, entre um contrato e outro, o Município falha nos pagamentos. “Temos conseguido colmatar os contratos com a generosidade de empresas e mediadoras individuais. Mas isso também significa que a cidade não tem uma visão de longo prazo. Não tem, sequer, de médio prazo”, acrescenta ainda aquele responsável em declarações prestadas ao JM.

    O Funchal é dos poucos municípios do país sem NPISA (Núcleo de Planeamento e Intervenção sem Abrigo). Duarte Paiva explica que o Funchal é uma cidade “sem rumo, sem plano e que aquilo que não eram situações criminosas, por parte dos sem-abrigo, começam a aparecer”.

    Pouco manso nas palavras, adianta que já viu políticos a se demitirem por menos que isto. Sem perceber quais as questões políticas, sem entender a visão da Autarquia do Funchal, sem sequer perceber o que vai na cabeça do Governo Regional, Duarte Paiva afirma que as organizações precisam de diálogo, de recursos e de espaços.

    Quando a ACA chegou à Madeira, começou a percorrer o Funchal e identificou 50 pessoas sem-abrigo. Quatro anos depois, só a zona centro da capital madeirense dispõe de cerca de 120. Isto segundo as contas de Duarte Paiva. No seu entender, este valor é uma taxa muito alta, se compararmos com outras cidades do país. Com cada vez mais dificuldades em desenvolver o seu trabalho, a ACA diz que não existe política de intervenção, a qual leva a que as pessoas fiquem extremamente assustadas e com razão.

     Carla Ribeiro

    OPINIÃO EM DESTAQUE

    88.8 RJM Rádio Jornal da Madeira RÁDIO 88.8 RJM MADEIRA

    Ligue-se às Redes RJM 88.8FM

    Emissão Online

    Em direto

    Ouvir Agora
    INQUÉRITO / SONDAGEM

    O que espera do novo Governo Regional?

    Enviar Resultados

    Mais Lidas

    Últimas