O deputado madeirense Francisco Gomes, eleito pelo CHEGA para a Assembleia da República, teceu duras críticas ao estado actual do projecto europeu, afirmando que este já não se rege pelos valores humanistas que inspiraram a sua fundação e precisa de pessoas com coragem para romper com o que diz ser “uma espiral de decadência” e resgatar a soberania dos povos.
“A Europa, outrora um farol de progresso civilizacional, está hoje transformada numa máquina burocrática alienada, desprovida de visão e subjugada à agenda globalista dos interesses ‘woke’, que desvirtuam os alicerces da nossa civilização e querem substituí-los por visões disfóricas da vida e do relacionamento entre os povos”, diz Francisco Gomes.
Presentemente em Bruxelas, a acompanhar trabalhos na área das políticas de Proteção Civil, Francisco Gomes afirma que a Europa atual deixou de ser a voz do cidadão comum e está a falhar na resposta aos desafios que assolam as suas populações.
“A União Europeia perdeu a capacidade de enfrentar problemas como o agravamento das desigualdades, a crise habitacional e a proteção da identidade e das fronteiras. Falhou, também, na promoção do desenvolvimento das comunidades locais e na defesa de sectores como a agricultura e as pescas, que constituem o sustento de inúmeras famílias em pequenas comunidades”, afirmou.
Para Francisco Gomes, a União Europeia está a ser instrumentalizada para moldar as gerações mais jovens segundo o que entende serem “ideologias anómalas impostas pela esquerda radical e minorias extremistas”. O parlamentar sublinhou que, a seu ver, tais agendas visam desmantelar os valores tradicionais, promovendo uma sociedade destituída de raízes e moralidade, nas quais prevalece a debilidade ética, o desrespeito pela vida e o servilismo perante o grande capital.
“Ou a Europa regressa aos princípios fundadores, centrados na dignidade humana e no respeito pela integridade das nações, ou enfrentará o colapso político e funcional. O atual modelo não serve e está a ser instrumentalizado para promover uma nova ordem mundial, que sufoca as soberanias nacionais e menoriza a vida humana.”
A concluir, o deputado classificou o atual estado do projeto europeu como “uma traição ao legado cultural e histórico que deveria proteger, acima de tudo” afirmando que, na sua ótica, a complacência de muitas das atuais lideranças perante a deriva ideológica instalada apenas acelerará a fragmentação.