Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional visitou, esta manhã, a nova infraestrutura da Empresa de Eletricidade da Madeira (EEM), instalada no Caniçal: um Compensador Síncrono, que é “o primeiro do país”. O equipamento tem como principal objetivo garantir a estabilidade da rede elétrica, tanto em condições normais de operação como em situações de perturbação nos diversos componentes do sistema.
O investimento representa cerca de 8 milhões de euros, cofinanciado pela União Europeia através do Plano de Recuperação e Resiliência.
“A ideia é termos este sincronizador no sentido de garantir a estabilidade da rede e evitar aquilo que aconteceu no ano passado no continente e em Espanha”, salientou o governante, destacando ainda que a EEM dispõe de um corpo técnico de engenharia “de vanguarda no país”.
Já o presidente da EEM, Francisco Taboada, explicou que, à medida que é integrada mais potência renovável na rede — sobretudo proveniente de fontes eólicas e solares —, a instabilidade tende a aumentar devido ao caráter intermitente dessas energias. Nesse sentido, o novo sistema vem equilibrar a rede e permitir a entrada progressiva de mais energia renovável.
O responsável acrescentou que baterias de suporte têm vindo a ser instaladas tanto na Madeira como no Porto Santo. Além de funcionarem como reserva, estas contribuem para estabilizar a rede. Em situações de curto-circuito ou perturbações graves, o gerador síncrono consegue manter a energia necessária até que as restantes fontes recuperem.
Este equipamento avançado terá ainda um papel determinante na transição energética da Madeira, tornando possível inclusive a operação do sistema elétrico em modo “térmica zero”, sempre que os recursos renováveis forem suficientes.
“Portanto, isto é um complemento às fontes de energia renovável para que o sistema se mantenha estável e não aconteça como aconteceu no continente em que uma flutuação nas fontes de energia solar provocaram o apagão geral”, apontou, considerando que uma situação deste género não aconteceria na região.
Em escala doméstica, este sistema acaba também por proteger os equipamentos elétricos de pequena dimensão, melhorando a qualidade da energia fornecida às habitações.