O Chega veio, em comunicado, alertar para o mais recente relatório da Direção-Geral da Política de Justiça que evidencia que a criminalidade participada aumentou 5,9%, em 2023, tendo atingido o maior valor desde que há registo em crimes como, por exemplo, burlas, extorsão, abuso de cartão e uso indevido de dados pessoais para obtenção de dinheiro.
“O crime de violência doméstica está também em níveis significativos, atingindo o valor mais alto dos últimos cinco anos”, começou por referir o partido. E, neste quesito, frisa que Miguel Albuquerque, presidente do PSD-Madeira e do Governo Regional, “tem afirmado que não há razões para preocupação e desvalorizado as conclusões da DGPJ”.
“Aliás, num evento público realizado recentemente, Albuquerque observou que ‘não é sinal de alarme’, pois, a seu ver, os números reportados apenas apontam para o facto de que as pessoas ‘estão mais atentas aos crimes’”, apontou Miguel Castro, presidente do partido, manifestando, a este respeito, uma “interpretação completamente diferente”.
O líder da bancada parlamentar defende que a sociedade madeirense está mais “perigosa e instável” e, a par disso, acusa o líder do executivo regional “de querer ofuscar a realidade dos factos devido a interesse políticos e partidários”.
“Quem anda nas ruas e fala com as pessoas sabe que a cidade está mais perigosa. Isso não é por culpa das forças de segurança, que já muito fazem com os poucos recursos que têm, mas sim de outros fatores, como o aumento da delinquência, o agravamento da pobreza e uma cultura que se está a instalar de desrespeito pela ordem e de desafio à autoridade”, afirmou.
Já no que se refere aos comentários de Miguel Albuquerque, o líder Chega-Madeira lamenta que o presidente do PSD “queira impor à população uma interpretação errada da vida na Região, meramente porque estamos em vias de eleições e interessa-lhe passar uma imagem da sociedade que nada tem a ver com as reais situações”.
“Miguel Albuquerque sempre teve dificuldade em encarar a verdade, pois é-lhe mais conveniente deturpar e ludibriar as pessoas. Mas, quem não passa a vida de motorista e metido em gabinetes, como ele, sabe que a Madeira está insegura, que as pessoas estão mais expostas à criminalidade e que o governo não tem tomado as medidas necessárias. O presidente regional insistir no seu contrário é mais uma prova da sua leviandade e irresponsabilidade perante a população”, rematou.