A Comissão Política e o Conselho Regional do CDS-PP Madeira que reuniu, esta tarde, no Salão Paroquial da Igreja Matriz do Paul do Mar, começou por considerar que a Madeira vive o pior momento da história da sua Democracia e da sua Autonomia.
“O povo assiste, incrédulo, a um triste espetáculo de irrealismo, de irresponsabilidade, de falta de sentido do Bem Comum, nunca antes visto na nossa terra”, aponta.
“Quando deveríamos estar a construir pontes entre os partidos, para aprovar o Orçamento do próximo ano e aproveitar ao máximo os fundos europeus, o Chega, a partir de Lisboa, derruba qualquer muro negocial e apresenta uma moção de censura sem qualquer tipo de fundamento político sobre a governação”, denotou, considerando que a moção do Chega é um “exercício perigoso de julgar, no Parlamento, aquilo que é da competência da Justiça”.
O CDS considera que o Chega teve outros momentos e outras razões para censurar este Governo Regional, “mas escolhe o tempo e o modo errado de fazê-lo, já que corremos o risco de a Madeira ficar” sem Governo e sem Orçamento e Plano de Investimentos para o próximo ano.
O partido considera, contudo, curioso ver o PS e o JPP “alinharem com a extrema-direita numa coligação negativa, liderada por André Ventura, tendente a pôr a Madeira instável e ingovernável, eventualmente a caminho de umas novas eleições, as terceiras, no espaço de pouco mais de um ano”.
“Estes partidos ultrapassaram todas as linhas vermelhas que tinham definido em relação ao Chega. O PS está mesmo disposto a votar uma moção onde é duramente criticado e acusado de cúmplice do PSD. Um absurdo na história de um partido fundador da Democracia e da Autonomia. O Chega e os partidos que já anunciaram o voto favorável a esta moção não apresentam qualquer alternativa a este Governo que querem derrubar”, reforçou.
O CDS entende, por isso, que esses partidos estão a “brincar com o povo madeirense, e isso é, para o CDS, inaceitável e inadmissível. Andam a brincar aos partidos e às eleições, esquecendo os reais problemas dos cidadãos, das famílias e das empresas”.
“Tivemos eleições regionais em setembro do ano passado, voltamos a ter eleições em maio deste ano e corremos o risco de voltar a ter eleições dentro de dois meses. Isto é brincar aos partidos e às eleições, com consequências gravíssimas no funcionamento da administração pública, na economia, nas instituições da sociedade e na vida dos cidadãos e das famílias”, reforça.
O CDS entende que, nas últimas eleições regionais, o povo não deu maioria absoluta a um partido, apesar da vitória folgada do PSD, precisamente para que os partidos, no respeito pelas suas ideologias e diferenças, pudessem dialogar e negociar para chegar a consensos e acordos que melhorassem a vida das pessoas.
“O que vemos é o contrário; falta do sentido do interesse regional; ausência de bom senso e disputas violentas para ver quem lidera a oposição e para ver quem chega primeiro à calúnia, à difamação e à acusação”, critica, acrescentando que o CDS tem mantido o seu sentido de responsabilidade, negociando a viabilização do Programa de Governo e do Orçamento para este ano, “e não alinha nesta ‘politiquice’ que conduzirá a Madeira à instabilidade e à incerteza”.
“Foi, por isso, que o CDS negociou com o Governo Regional o Orçamento, que será discutido na próxima semana, na Assembleia Legislativa, tendo conseguido que uma grande parte das suas propostas fossem incluídas no documento, como a redução de 30 por cento no sexto escalão do IRS e de 15 por cento no sétimo escalão, que vai abranger toda a classe média; o aumento de 65 euros no salário mínimo, o que o tornará no mais alto do país; conseguiu, também, que os salários médios fossem negociados, com subidas superiores à inflação; que os jovens licenciados tivessem um salário de referência quando entram no mercado de trabalho; que o Complemento Regional dos Idosos fosse aumentado e abrangesse mais pessoas; que fossem revistos os Estatutos do Cuidador Informal e do Combatente, introduzindo novos benefícios financeiros e fiscais; que as mensalidades no ensino pré-escolar descessem acentuadamente e que fosse reforçada a verba do orçamento para a construção de habitação”, sustentou.
A finalizar, o CDS aponto que este Orçamento “é do Governo Regional do PSD, mas tem a marca do CDS e, por isso, responsavelmente, terá o voto favorável do CDS”.