MADEIRA Meteorologia

Casamento Fanal: Quercus “não compreende” decisão do IFCN

Data de publicação
18 Setembro 2024
21:15

A Quercus Madeira diz não compreender “como é que o IFCN autorizou a realização de um casamento com mais de 200 pessoas” numa área protegida.

Num comunicado enviado esta noite à redação, o Núcleo Regional da Quercus – Madeira considera que “a direção do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza (IFCN) deveria conhecer o zonamento do Parque Natural da Madeira e o estatuto de proteção de cada uma das zonas existentes. Este Parque Natural foi criado em 1982 pelo Decreto Regional nº14/82/M de 10 de novembro, tendo como objetivo proteger o património natural da ilha da Madeira. Cerca de dois terços da área da ilha está integrada no Parque, abrangendo um total de 56.700 hectares. No interior do Parque, os espaços apresentam características muito diferentes, pelo que foram criadas Zonas com diferentes classificações. Entre as várias zonas definidas mencionamos: Reserva Natural Integral, Reserva Parcial, Reserva Geológica e de Vegetação de Altitude, Zona de Repouso e Silêncio, entre outras”.

Ora, acrescenta ainda o comunicado, “o Fanal corresponde a uma Zona de Repouso e Silêncio, cuja fruição pelos visitantes obedece a determinadas regras. De acordo com a definição de Zona de Repouso e Silêncio podemos ler: ‘Área de recreio condicionado e destinada ao recreio silencioso e ao repouso, onde não é permitida a circulação de automóveis ou veículos motorizados, além dos indispensáveis ao serviço. Dispõe de abrigos de montanha ou pousadas perfeitamente integradas na paisagem, de acordo com projeto a aprovar. É permitido o acesso a turistas ou visitantes, tendo em conta o limite da capacidade dos abrigos, prevendo-se equipamentos desportivos e recreativos apropriados, mas tendo sempre em atenção a condição básica de evitar qualquer tipo de poluição, sonora ou outra’”.

Tendo em conta este estatuto de proteção, refere a Quercus, “não se compreende como é que o IFCN autorizou a realização de um casamento com mais de 200 pessoas, nesta área protegida. Não se compreende como é que uma ilha como a Madeira, com um património natural de elevadíssimo valor, não tome medidas para salvaguardá-lo, e o utilize apenas para atrair turistas (cujo excesso o está a destruir), para apadrinhar a construção de obras públicas e privadas, (por exemplo, pavimentação do Caminho das Ginjas e teleférico do Curral das Freiras) e para a realização de eventos (casamento na área protegida do Fanal e provas desportivas). Não se compreende porque é que, nesta região, não se determinam capacidades de carga para as áreas protegidas e para os percursos que as atravessam, nem é feito um controlo do acesso dos visitantes”.

Além disso, “num contexto de alterações climáticas, em que as precipitações são cada vez menores e as temperaturas são cada vez mais elevadas, e com o previsível aumento da frequência e intensidade dos fenómenos meteorológicos extremos, que por si sós constituem uma ameaça ao nosso património natural, assistimos ainda a uma crescente pressão humana sobre as áreas protegidas! Como é que se pode ser tão negligente em relação à defesa da floresta e da Natureza como um todo? Está a ser posto em causa o nosso futuro e o das próximas gerações! Temos de dizer BASTA!”.

OPINIÃO EM DESTAQUE

88.8 RJM Rádio Jornal da Madeira RÁDIO 88.8 RJM MADEIRA

Ligue-se às Redes RJM 88.8FM

Emissão Online

Em direto

Ouvir Agora
INQUÉRITO / SONDAGEM

Concorda que um animal seja alvo de um voto de pesar na Assembleia Legislativa da Madeira?

Enviar Resultados

Mais Lidas

Últimas