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Artigo de Opinião

Médico-Dentista

10/10/2021 08:00

Sim, porque não ficou provado que o tal alegado esquema permitiu fugir ao pagamento de 6,5M€ em impostos e contribuições à Segurança Social associados a contratos de jogadores e treinadores entre 2001 e 2005! E depois? Pronto. Não deu para provar, não deu. Paciência. É porque, se calhar, era mesmo mentira.

Como também não pode ser verdade que desapareceram, em apenas 11 dias, os mais de 80 mil euros que a Vice-Presidência do Governo Regional depositou na conta do União. Dizem as más línguas que só o antigo Presidente da Assembleia Geral do clube e da Sad limpou mais de 30 mil. O Diretor Geral outros 18.433,89€. Para uma empresa de Marketing e Comunicação que eu não sei de quem é, mas tem sede no Fórum Machico, foram 4 mil. Para outra, também ligada a um dirigente do União, foram mais 21.492,36€. Eu cá não acredito. Recuso-me a fazê-lo. Algum dia aqueles santos bem-intencionados iam tirar um tostão que fosse do União? Eles estão lá é para ajudar. E, na eventualidade de ser mesmo verdade, aposto que, mesmo passando à frente dos credores e outros beneméritos, só foram buscar um bocadinho do muito que já lá injetaram. Qual cambada de magnatas, qual quê?

Outro ricaço que eu não acredito que seja culpado de coisa alguma é um tal de Rendeiro! Culpado é quem permite que o motorista desse senhor (sem menosprezo) compre um apartamento de 1 milhão e 150 mil euros a pronto para depois ceder o usufruto à mulher do patrão. Culpado é quem não se digna a averiguar a proveniência desse dinheiro. Culpado é quem não se dá ao trabalho de seguir o rasto do mau cheiro deixado para trás por estas operações fedorentas.

Culpado é quem diz que a fuga destes espertalhões acontece porque o sistema judicial é muito burocrático. Desculpem lá. É, mas é uma pouca de buzeira (para não dizer de merda como dizia a minha avó). É que uma vez esqueci-me de pagar uma retenção na fonte de menos de 100 euros e fui informado que tinha ficado com o carro penhorado. Para isso não me apercebi de grande burocracia. Foi limpinho. Por carta registada e de forma automática. Dizem que o sistema informático é assim. Eficaz. Pena não ser para todos. Infelizmente uns são filhos, outros enfiados (literalmente).

Agora chega de falar de coisas tristes. Por exemplo, soube por estes dias que fizeram uma pista de patinagem de velocidade nos Prazeres. Linda. Imponente. Uma obra considerada como mais-valia, segundo uma nota da Presidência. Não me admira! Assim de repente lembro-me de alguns a quem o Presidente já pôs uns patins… Só no executivo anterior e de uma assentada foram Rui Gonçalves, Eduardo Jesus e Sérgio Marques. Mais tarde também já receberam guia de marcha Paula Cabaço e Amílcar Gonçalves. Mais recentemente foi a Augusta Aguiar! Realmente, com tanto atleta lançado pelo Governo, não é de estranhar que lhe reconheçam tanta utilidade…

Mas se pensam que a empreitada está terminada, desenganem-se. Assim que acabaram de a inaugurar, apontaram logo a um estudo para uma cobertura! Mais, já ficou prometida... Juro pela minha saúde que ouvi da boca do Senhor Presidente: "É para fazer e não é para fazer barato!". Bolas. Quem fala assim não é gago. Já agora, aproveitem e coloquem também umas jaulas de aquacultura por cima. O Secretário das Pescas agradece. A esta hora já deve estar com receio de ser o próximo a ser corrido com rodinhas nos pés. Na na ni na não. Esqueça isso Dr Teófilo. Você é do CDS. Está garantido…

Mas também vou dizer-lhe uma coisa. Se por algum tsunami a situação se complicar, não pense ir para professor! Sim, eu sei que o ex líder (actual líder? Líder a prazo? Líder interino?) do PS voltou a abraçar a carreira docente… Mas aquilo não é vida para si. É muito cansativo. A sério. Se não acreditam, deviam ouvir uma entrevista que passou na rádio há dias. Usou da palavra um professor que julgo ser o responsável pelo programa Erasmus+ na escola do Lombo da Guiné (parece em África, mas é na Calheta mesmo). Explicava que a ideia desta plataforma de mobilidade visava "receber professores da Grécia, da Roménia e da Turquia e mostrar-lhes como funciona o nosso sistema de ensino, bem como a dinâmica dos projetos da escola". Mas não só. Também para "ficarmos a saber como são as metodologias deles na área da educação". Achei interessante. O que fizeram eles então? Planearam tudo ao pormenor. Pegaram nesses professores e levaram-nos à escola um dia. Nos restantes 4, foram aos engenhos da Calheta, à Casa das Mudas, à levada do Rabaçal, ao teleférico, ao Monte Palace, aos carrinhos de cesto, ao bordado e aos vinhos Henriques & Henriques. Por fim, na sexta, tiveram um almoço e entrega de diplomas, "dando-se assim por terminada a semana de trabalhos". Trabalhos, foi o que disse? Tra-ba-lhos?! Hum hum. Sim senhor… Só fico é a imaginar o que não estarão a fazer as duas professoras de cá que foram para a Finlândia… Coitadas! Devem voltar com uma bagagem que Deus me livre. Aposto que o ensino, por cá, jamais será o mesmo.

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