MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

Deputado

8/06/2024 08:00

Claro que o cidadão não pode entender! Em 8 meses somos chamados quatro vezes a votar. Em cada vez as regras para o exercício do voto são diferentes. Ninguém pode entender! É de facto uma confusão para o cidadão eleitor, até difícil de explicar, saber quando pode e não pode votar antecipadamente. A confusão é maior quando para eleições europeias até pode votar em mobilidade, sem ter de fazer nada, e quando para eleições regionais só em situações excecionais, devidamente fundamentadas e requeridas com extraordinária antecedência é que poderá votar antecipadamente. A culpa é nossa! Nossa, dos políticos! Somos nós que temos de mudar esta aberração democrática, que não trata os atos eleitorais por igual, cria confusão nos eleitores, desmobiliza para a participação, afasta dos eleitos e promove a abstenção.

Espero que pelo menos até às eleições autárquicas de 2025 haja serenidade e discernimento político para não termos eleições antecipadas. Espero igualmente que, entre outras prioridades, haja visão, vontade e conciliação alargada para que se mude a lei eleitoral para a Assembleia Legislativa Regional, aproximando-se as regras e condições para o exercício do voto o mais possível do que está a acontecer para as eleições europeias, que amanhã têm lugar.

Para tal, importa que na ALRAM haja consensos no sentido de se mudar esta lei, tornando-a atual e próxima das dinâmicas sociais dos dias que correm, fomentando a participação e aproximação do eleitor ao eleito. Assim, entre outras alterações que eventualmente não me ocorram, urge que a lei eleitoral para a ALRAM consagre a lei da paridade de género na constituição das listas de deputados. Importa também que os madeirenses espalhados pela diáspora tenham a possibilidade de se verem representados na sua Assembleia Regional, constituindo-se deste modo um círculo para a emigração. Paralelamente, é urgente descomplicar o voto antecipado, tornando-o ágil quer no aspeto do requerimento em modo eletrónico, quer no local e data do exercício do mesmo. Votar antecipadamente para as regionais tem de ser prático. A dimensão do voto em mobilidade deve igualmente ser considerada, aprofundando a prática do caderno eleitoral desmaterializado associado à simples apresentação do cartão do cidadão. Por último, e para aproximar eleitores de eleitos, criar círculos eleitorais concelhios, com listas de deputados por concelho, de modo a fomentar a participação e a vincular o escrutínio da ação política do eleito. Obviamente que com esta alteração, defendo a criação de um círculo regional corretor de compensação, que acrescentaria eleitos à atual composição, de modo a que os votos de todos os eleitores sejam considerados.

Mudar a lei eleitoral regional é um imperativo de aprofundamento da democracia e alargamento da autonomia. Somos nós que o temos de propor. A iniciativa é dos atuais eleitos. Se tal não acontecer a responsabilidade é só nossa! Espero firmemente que madeirenses e porto-santenses não voltem a votar para eleições regionais com as regras atuais.

OPINIÃO EM DESTAQUE
Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira
18/12/2025 08:00

Há uma dor estranha, quase impossível de explicar, que nasce quando alguém que amamos continua aqui... mas, aos poucos, deixa de estar. Não há funerais,...

Ver todos os artigos

88.8 RJM Rádio Jornal da Madeira RÁDIO 88.8 RJM MADEIRA

Ligue-se às Redes RJM 88.8FM

Emissão Online

Em direto

Ouvir Agora
INQUÉRITO / SONDAGEM

Qual o valor que gastou ou tenciona gastar em prendas este Natal?

Enviar Resultados
RJM PODCASTS

Mais Lidas

Últimas