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Artigo de Opinião

Economista

17/11/2022 08:00

Que o PS-Madeira tenha levado mais de 46 anos a perceber que a RAM necessita de "atrair e de criar mais empresas" não é de admirar. O que é de admirar é a hipocrisia da sucursal do Lago do Rato na RAM em acusar o Governo Regional e ALRAM de nada fazerem, quando compactuam com as políticas coloniais-centralistas de uma metrópole que ainda não decidiu a localização do principal aeroporto nacional!

Os principais interlocutores socialistas que nunca defenderam a capacidade jurisdicional (Autonomia) da RAM para criar o seu sistema fiscal, sistema financeiro, Código de Direito Comercial e Direito de Imigração e Residência próprios, essenciais a qualquer pequena economia insular para a captação de investimento estrangeiro, de mão-de-obra qualificada e fixação da população qualificada residente, tentam agora dar lições de "moral" em conferências que nadam acrescentam às soluções há muito conhecidas mas nunca constitucionalmente implementadas (à excepção de Macau)!

Lembre-se que o mesmo partido que diz defender melhores condições de trabalho e melhores remunerações para os jovens foi o mesmo que implementou os vistos dos nómadas digitais (algo que a Madeira poderia ter implementado se tivesse capacidade jurisdicional - Autonomia - suficiente), o qual exige aos candidatos um rendimento mensal mínimo de 2820€ (ou 3020€ em 2023), para os qualificarem para o dito visto, quando muitos jovens portugueses auferem apenas ordenado mínimo nacional!

Ou seja, os socialistas reconhecem que o verdadeiro ordenado de um jovem qualificado deveria ser no mínimo 2820€, no entanto o PS prefere sorver o rendimento dos jovens e das empresas portuguesas implementando uma das cargas fiscais mais elevadas da Europa, 53% no que diz respeito aos indivíduos e 31,5% no que diz respeito às empresas (dados Tax Foundation, 2022). Esta hipocrisia socialista traduz-se no facto das empresas portuguesas terem de gastar 1,73€ para conseguirem dar 1€ de poder de compra real (antes do IVA) a um empregado que ganhe um salário médio, ao passo que as empresas maltesas e cipriotas têm que gastar apenas 1,40€ e 1,33€, respetivamente (dados da Ernst & Young - para IEM Institut économique Molinari, 2022). O mesmo é dizer que o poder de compra real dos malteses e dos cipriotas é superior ao dos portugueses em 830€ e 6365€, respetivamente (Ernst & Young - para IEM Institut économique Molinari, 2022)! Tudo isto sem contar com o impacto da ultraperiferia no caso da RAM!

Posto isto, ou o PS-Madeira corta o cordão umbilical com o Largo do Rato e assume a defesa da única solução que resta à Madeira, Autonomia plena em todos os domínios, ou continua o seu discurso hipócrita de que a culpa é toda do partido que se encontra no poder, na RAM, desde 1976, o qual sempre defendeu a Autonomia como solução de desenvolvimento sócio-económico!

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