A questão é se o salário mínimo e o médio deverão aumentar?
Na minha perspectiva deverão aumentar e fazem bem à economia.
Motivam o trabalhador e os mesmos têm mais dinheiro para injectar na economia, o que parece lógico.
Quanto à intervenção do Estado nesta regulação é primordial, uma vez que pode definir o salário mínimo e afectar o salário na função pública. O resto está à mercê dos privados, por isso não sobe o salário médio.
Os países mais evoluídos da Europa têm salários altíssimos, daí se pode ver a dignidade de quem trabalha por um justo valor.
Há quem defenda que não há condições financeiras no país para aumentar os salários. Ora, a meu ver isto é uma falácia, porque estes aumentos de salário não são aforrados, são directamente injectados na economia o que faz aumentar o poder de compra e o fluxo de dinheiro a rodar no país, todos lucram.
Há ainda quem defende que se deve baixar a tributação sobre o trabalho, ora aqui tenho mais dúvidas, mas inclino-me para ideia de que sim, devemos criar condições para o trabalho ser menos tributado.
Quem está completamente contra os aumentos de salários é o patronato, que encara a mão de obra barata como um pressuposto do seu lucro e num Estado evoluído não deveria ser assim a visão de empreendedorismo.
Aumentando os salários o país evolui.
Estagnando os salários temos um povo escravo de alguns capitalistas.
Há quem queira corresponder o salário apenas à produtividade, nada mais falso, o salário corresponde essencialmente à dignidade do ser humano.
A restauração e a hotelaria queixam-se da falta de mão de obra, pois invés de importarem mão de obra barata, paguem salários decentes e vão ver que o problema fica resolvido.
Ainda se fala que há muita gente a viver de subsídios públicos, pois esses subsídios são uma miséria, não sei qual é o intuito de culpar quem vive na miséria pela falta de trabalhadores.
Ainda há aqueles que fazem uns biscates, ora esses têm trabalho precário, e nem reforma decente vão ter.
Estas questões são subterfúgios para justificar a manutenção de baixos salários.
Vivemos um jogo viciado, em que são sempre os mesmos que ganham e sempre os mesmos que perdem, salvo raras excepções.
O aumento generalizado dos salários é uma questão de dignidade do ser-humano.
E a este aumento não me choca que haja uma redução do horário de trabalho, porque o homem não foi feito apenas para ser máquina e escravo laboral, mais trabalho implica mais trabalhadores, não mais horas laborais, como alguns defendem.
A busca do pleno emprego deve ser incessante.