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Artigo de Opinião

Economista

6/10/2022 08:00

O PSD-M liderado pelo Dr. Alberto João Jardim, usando fundos da República, da UE e da sua receita fiscal própria, estabeleceu primeiro padrões europeus em segurança pública e pessoal, saúde, educação, telecomunicações, transportes, marítimos e aéreos, e serviços sociais. A RAM tornou-se numa base para serviços internacionais graças ao CINM (Centro Internacional de Negócios da Madeira), onde os empresários locais e internacionais forçaram a sua entrada na UE e no mundo. Treinou-se a nossa mão-de-obra e orientámo-la para fornecer serviços internacionalmente competitivos no setor do turismo.

Porém, por existirem outras regiões e países com uma área territorial, população e recursos naturais muito maiores, ser excepcional como a Madeira não é uma necessidade, possivelmente até uma frivolidade. Com a escala dos seus mercados domésticos e recursos naturais, eles poderiam facilmente prosperar apenas entrando no mesmo campo que a Madeira. Podem também dar-se ao luxo de errar. Um bom resultado, uma vitória para qualquer um dos projectos acima referidos seria apenas reduzir a quota de mercado da Madeira nos sectores concorrentes. Mas nós somos um pequeno ponto azul e amarelo com um mercado doméstico insignificante, sem recursos e com uma população pequena (e minguante). O que está em jogo é muito diferente para nós. Não há razão para as companhias aéreas transitarem na Madeira se formos apenas tão bons como outros aeroportos regionais ou tivermos as mesmas ofertas turísticas. Não há razão para qualquer empresa investir na Madeira se formos apenas tão competitivos ou tão atractivos como outros países ou regiões. Não há razão para realizar negócios na Madeira se outros no continente Europeu poderem oferecer o mesmo ou melhor incentivo/regime fiscal que nós. Outros países e regiões têm muito mais vantagens naturais e fiscais que nós não podemos, ainda, oferecer. Ser apenas tão bons como outros nunca será suficiente para nós, sequer, podermos almoçar.

Por outras palavras, para a Madeira, não há desenvolvimento económico possível por sermos os segundos melhores, podemos muito bem ser eliminados da corrida se alguma vez os nossos decisores políticos optarem pela subserviência aos interesses coloniais-centralistas de Lisboa ou da União Europeia, os quais encaram as regiões ultraperiféricas como meros "laboratórios" onde se destrói os dinheiros dos contribuintes em experiências "da última moda" engendradas por eurocratas, como se fossemos meras cobaias humanas num campo de concentração, impedindo-nos de fazer uso de ferramentas e soluções comprovadas como é o caso da política fiscal e da autonomia política plena (consagrada no passado a Macau, enquanto colónia portuguesa!).

Nota: Adaptação do discurso de Lee Kwan Yee, Ministro Sénior de Singapura, dado a 7 de Junho de 1996 no Hotel Raffles, República de Singapura.

P.S.: "Engraçado" ver o Bloco de Esquerda que defendeu publicamente, em debate promovido JM aquando das eleições Europeias, o CINM, vir agora no passado dia 22 de Setembro alegar que o CINM não passa de um sistema de empresas caixas postais. A alienação, falta de conhecimento económico e de causa dos membros deste partido extremista revela o quão estão dedicados em lesar os legítimos interesses sócio-económicos da Região Autónoma da Madeira, em promover as praças nossas concorrentes e em forçar a subsídio-dependência do colonial-centralismo sobre os madeirenses e portossantenses.

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