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Artigo de Opinião

Economista

6/04/2023 08:00

A UE tem como membros algumas das economias mais fortes do mundo, com países como a Alemanha, França e Países Baixos que lideram o grupo. No entanto, Portugal não conseguiu acompanhar o ritmo dos seus homólogos europeus, e esta disparidade tornou-se cada vez mais evidente ao longo do tempo (fomos recentemente ultrapassados por Estónia, Lituânia, República Checa, Chipre, Eslovénia e já estamos a par com a Roménia em PIB per capita).

Esta estagnação revela um problema subjacente que precisa de ser abordado urgentemente - o fracasso da liderança política na implementação de políticas económicas e fiscais eficazes. Os líderes políticos portugueses têm tido amplas oportunidades para reformar as políticas económicas, criar um ambiente mais favorável às empresas e promover a inovação. No entanto, não conseguiram tomar as medidas necessárias para assegurar que a economia do país permanecesse competitiva numa paisagem global em constante evolução. Em vez disso, tornaram-se complacentes, permitindo a Portugal ficar atrás de outros países da UE em termos de PIB per capita.

Uma área chave em que os políticos portugueses falharam redondamente é a política fiscal. Um sistema fiscal competitivo é crucial para atrair investimento estrangeiro e incentivar as empresas nacionais a crescer e a inovar. Infelizmente, o sistema fiscal português está repleto de ineficiências, criando um ambiente pesado que sufoca o crescimento económico. Taxas elevadas de imposto sobre as empresas e as famílias, um código fiscal complexo e uma instabilidade fiscal contribuíram todos para o problema. Além disso, os políticos portugueses têm sido lentos a responder à mudança da paisagem económica causada pelos rápidos avanços tecnológicos. Outra área de preocupação é a incapacidade dos políticos portugueses em combaterem eficazmente os elevados níveis de dívida pública do país. Os níveis insustentáveis de dívida impedem o crescimento económico e limitam a capacidade de ação do governo. Contudo, os líderes portugueses não tomaram medidas decisivas para reduzir a dívida pública, agravando ainda mais a estagnação económica da nação.

O actual estado de estagnação só pode ser abordado através de reformas políticas arrojadas que dêem prioridade ao crescimento a longo prazo em detrimento de ganhos políticos a curto prazo. No entanto, só com uma visão clara e um compromisso de mudança poderá o país esperar alcançar os seus vizinhos europeus e assegurar um futuro próspero aos seus cidadãos. É tempo de os líderes políticos portugueses (e eleitores-contribuintes) estarem à altura do desafio e abraçarem as reformas necessárias, para que não sejam recordados como os arquitetos da estagnação económica. É tempo dos líderes madeirenses exigirem mais Autonomia para que a Madeira não se afogue nas águas estagnadas que são Portugal!


P.S.: Para quando um mea culpa do PS-Madeira sobre o fato de terem contribuído, com sucesso, para o êxodo de 17 mil Madeirenses, graças à complacência que tiveram para com os ataques feitos por membros do seu partido ao Centro Internacional de Negócios da Madeira?


P.P.S.: A revisão constitucional de 2014 aprovada pela Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira possuia, na altura, um carácter Autonomista e reformador do Estado Central. Esta mesma Assembleia subscreve, hoje, um projeto de revisão constitucional falhado. Desde quando é que o PSD-Madeira se tornou servente do colonial-centralismo imposto pelo PS e PSD nacional? Onde está o espírito Autonomista do PSD-Madeira? Uma autêntica vergonha, passados quase 50 anos de Autonomia!! Leituras recomendadas: Madeira Um Caminho para a Autonomia ou a Independência (ISBN: 9789403689074).

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