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Artigo de Opinião

2/08/2023 06:00

Instituído em 2016, o Fórum tem como objetivo permitir a participação dos emigrantes e demais comunidade na definição da política regional relativa às comunidades e às migrações.

A edição deste ano foi a mais participada de sempre, com representantes de mais de uma dezena e países, o que revela bem a importância que os nossos emigrantes dão a este órgão.

Subordinado à temática "A Cidadania Solidária nas Comunidades", ganhou visibilidade o movimento filantrópico existente nas várias comunidades, que desenvolve um trabalho ímpar no apoio a idosos, a pessoas em condições precárias, vítimas de violência doméstica e portugueses em condição de sem-abrigo, em algumas sociedades de acolhimento.

Nesta edição, mostrou-se uma dimensão menos romantizada da emigração: de facto há quem tenha saído do seu país, à procura de melhores condições de vida e não tenha conseguido ser bem-sucedido. Estas pessoas também são portuguesas e merecem toda a nossa solidariedade, consideração e respeito. Mas, residindo fora de território nacional, muitas vezes em países onde não existe ou é deficitária a proteção social, a verdade é que foram as comunidades a se organizarem no sentido de prestarem apoio aos seus conterrâneos. É certo que o país também tem programas de apoio social para emigrantes e idosos e que também financia estas entidades de solidariedade. Todavia, o excesso de burocracia, a ausência de conselheiros/adidos sociais em número suficiente, a distância e o afastamento de alguns representantes consulares e diplomáticos das comunidades e muito concretamente destas pessoas, dificulta que os apoios cheguem a quem de facto necessita. A Região, recentemente, também encetou programas de apoio ao movimento associativo e, conforme anunciado pelo Presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, em breve irá garantir a prestação de apoio psicológico às famílias vítimas da criminalidade extremamente violenta existente nalguns países.

Mas se hoje escrevo sobre este assunto, não é para criticar ou elogiar governos: pretendo apenas enaltecer esta cidadania solidária existente nas nossas comunidades, onde os mais fracos, os mais desfavorecidos e os mais desprotegidos não são esquecidos. Este é um trabalho hercúleo e oneroso, com financiamento quase exclusivamente privado. Os emigrantes mais beneficiados pela sorte e pelo sucesso, contribuem de forma ativa para encontrarem formas de ajudar os seus compatriotas e minimizarem as dificuldades a que estão sujeitos. E, mesmo estando em condições particularmente difíceis, como é aquela que decorre de ser emigrante - não se iluda. Ser emigrante, mesmo com muito sucesso, nunca é fácil para ninguém -, temos homens e mulheres que se entregam a esta causa de não deixar cair o(s) outro(s). São pessoas dignas de admiração, que dedicam grande parte do seu tempo, muitas vezes com prejuízo familiar e económico, em promover projetos e ações solidárias de grande relevância social. Fazem-no porque preenchidos por empatia, altruísmo e generosidade para com os semelhantes. Quando tudo o mais falha, quando as autoridades são incapazes de garantir a proteção social a quem mais precisa, é esta cidadania solidária que dá a mão e agarra quem está a precipitar-se o abismo.

A ela, a vós, o nosso muito obrigado!

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