MADEIRA Meteorologia

Atrasos na resposta a doentes oncológicos compromete tratamento e cura alerta a Liga

Data de publicação
17 Abril 2025
15:41

A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) alertou hoje para a “situação preocupante” de incumprimento dos tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) para a primeira consulta, alegando que essa demora pode comprometer o tratamento e cura dos doentes oncológicos.

“Os dados mais recentes relativos aos TMRG para doentes oncológicos revelam uma situação preocupante, com um impacto significativo na vida e prognóstico destes doentes”, salientou a liga num comunicado a propósito do Dia Europeu dos Direitos dos Doentes, que se assinala na sexta-feira.

A LPCC realçou que 2024 terminou com mais de 8.600 doentes oncológicos à espera da primeira consulta, sendo que quase 80% já tinham ultrapassado o tempo de espera recomendado.

“É particularmente relevante o aumento do incumprimento dos prazos para os casos muito prioritários”, lamentou ainda a liga, ao adiantar que os tempos máximos para a realização da primeira consulta são de sete dias para os casos muito prioritários, de 15 dias para os prioritários e de 30 dias para os normais.

“Esta é uma situação que se arrasta há demasiados anos. A demora no acesso ao diagnóstico e tratamento oncológico não é apenas uma questão de números, mas uma realidade que compromete as hipóteses de cura, a qualidade de vida e a dignidade dos doentes”, salientou o presidente da liga, citado no comunicado.

De acordo com Vítor Veloso, no caso de um doente com cancro, este tempo de espera pode ter um “grande impacto” e representar uma situação de sobrevivência com má qualidade de vida.

Perante essa situação, a LPCC apelou para ação concertada entre as autoridades de saúde e o Governo para garantir que os direitos dos doentes oncológicos sejam respeitados, alegando que a redução dos tempos de espera é um “passo fundamental” para assegurar um acesso atempado e de qualidade aos cuidados de saúde.

No início deste mês, o regulador da saúde avançou que quase 80% dos doentes oncológicos ultrapassaram os prazos máximos previstos para a realização da primeira consulta no segundo semestre de 2024.

Apesar deste número, em 31 de dezembro do ano passado, havia menos de 20% de utentes com suspeitas ou confirmação de doença oncológica (8.616) na lista de espera, face ao segundo semestre de 2023, correspondendo a uma “diminuição transversal a todas as prioridades”.

De acordo com o relatório da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), 78,6% dos doentes encontravam-se “em espera há mais tempo do que o máximo previsto na lei”, menos 2,9 pontos percentuais (p.p.) do que em dezembro de 2023, tendo-se registado um aumento da percentagem de incumprimento para os utentes “muito prioritários”.

Ao longo do segundo semestre de 2024 foram realizadas 36.074 cirurgias oncológicas, 35.841 (99,4%) das quais no SNS, 104 (0,3%) em hospitais privados protocolados e 129 (0,4%) em hospitais de destino através de vale de cirurgia ou nota de transferência.

OPINIÃO EM DESTAQUE
Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira
18/12/2025 08:00

Há uma dor estranha, quase impossível de explicar, que nasce quando alguém que amamos continua aqui... mas, aos poucos, deixa de estar. Não há funerais,...

Ver todos os artigos

88.8 RJM Rádio Jornal da Madeira RÁDIO 88.8 RJM MADEIRA

Ligue-se às Redes RJM 88.8FM

Emissão Online

Em direto

Ouvir Agora
INQUÉRITO / SONDAGEM

Concorda com a entrega do Prémio Nobel da Paz a Maria Corina Machado?

Enviar Resultados
RJM PODCASTS

Mais Lidas

Últimas