O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou hoje uma lei que aboliu o limite de idade para servir no exército, numa altura em que a Rússia está em guerra com a Ucrânia, noticiou a agência oficial TASS.
A nova lei tinha sido aprovada pelas duas câmaras do parlamento russo no início desta semana.
Segundo os seus autores, do partido governamental Rússia Unida, o objetivo da lei é permitir que todas as pessoas em idade ativa assinem o primeiro contrato profissional com as Forças Armadas.
Na nota explicativa, os deputados do partido governamental explicam que o uso de armas de precisão e pesadas requer "especialistas altamente qualificados", cuja idade ronda normalmente os 40-45 anos.
Atualmente, o limite de idade para assinar o primeiro contrato com o exército da Rússia é de 18 a 40 anos para os cidadãos russos, e de 18 a 30 anos para os estrangeiros.
Segundo os deputados russos, há especialistas interessados em participar na campanha militar na Ucrânia, mas até agora não podiam ser chamados porque a lei não o permitia.
Os proponentes negaram que a nova lei signifique, na realidade, uma "mobilização virtual" da população face à "operação militar especial" na Ucrânia, como Moscovo chama à guerra que trava no país vizinho.
Alguns meios de comunicação social da Rússia noticiaram que a nova lei permitirá que os russos possam servir no exército até aos 65 anos.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, depois de ter concentrado mais de 100.000 tropas nas fronteiras da antiga república soviética.
Recentemente, os serviços secretos britânicos informaram que o exército russo perdeu um terço dos soldados que entraram na Ucrânia.
Ao 94.º dia de combates na Ucrânia, desconhece-se o número de baixas, civis e militares, mas diversas fontes, incluindo a ONU, admitem ser elevado.
A ONU confirmou, na sexta-feira, a morte de mais de 4.000 civis, mas tem alertado que o número real será consideravelmente superior.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A União Europeia e países como os Estados Unidos, o Reino Unido ou o Japão têm decretado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos e fornecido armas à Ucrânia.
Lusa