MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

3/07/2024 07:30

No recente debate sobre o Programa de Governo, certa oposição, aproveitou o palco da Assembleia Legislativa para proferir uma série de inverdades, descontextualizações e factos manipulados, sobre as políticas de conservação da natureza e gestão florestal seguidas pelo Governo Regional. Nada trouxeram de novo, mas esta insistência na desinformação propositada, digna de “fact-check” de um programa Polígrafo, obriga a que se desmonte o maniqueísmo apocalíptico e, até, o chico-espertismo, com que pretendem ludibriar os cidadãos.

Sobre o “terrível” atentado ambiental praticado no Caminho das Ginjas, alegam que a limpeza de invasoras ali efetuada foi feita à revelia dos tribunais, tendo resultado na destruição de milhares de plantas indígenas, incluindo urzes centenárias. Falso! Nada temos a esconder nesta intervenção destinada a eliminar invasoras como giesta e carqueja que aumentavam o risco de incêndio do espaço e a sua integridade biológica e que impediam a passagem de qualquer veículo, mesmo os de socorro e de primeira intervenção a combate a incêndios. O caminho original não foi alargado e foram cumpridas as normas legais e ambientais vigentes. Esta intervenção foi igual à que se realiza noutras áreas protegidas com floresta Laurissilva e mesmo às que já se efetuaram neste mesmo caminho florestal num passado recente sem que nunca houvesse um comentário destes partidos para essas intervenções. Esta intervenção nada tem a ver com o processo de pavimentação do caminho e foi efetuada num contexto de manutenção e beneficiação dos caminhos florestais existentes competência do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza, IP-RAM (IFCN).

Acusam o IFCN de plantar espécies invasoras altamente inflamáveis na floresta, em zonas de elevado risco de incêndio. Pois bem, se acusam, que demonstrem perante a população, onde tal aconteceu e quais os regulamentos e legislação que foram violados. Mas para que não fiquem dúvidas, o IFCN não planta nem produz nos seus viveiros espécies exóticas “altamente inflamáveis”. Mais de 80% da produção de plantas nos viveiros florestais da RAM constituem plantas indígenas e endémicas. Mais uma fábula que alimenta a propaganda verde.

Criticam a gestão das reservas, afirmando a falta de capacidade de assegurar os planos de gestão ou a sua fiscalização. Na verdade, as reservas são geridas de acordo com os mais altos padrões internacionais, e estamos constantemente a melhorar os métodos e a expandir as nossas capacidades de fiscalização e gestão. Esquecem-se de todo o investimento que nelas temos feito nos últimos anos, nomeadamente em meios humanos e físicos de vigilância e monitorização, incluindo a admissão de mais 16 Polícias Florestais e de 9 Vigilantes da Natureza, são utilizados drones no auxilio da vigilância das reservas, quer em mar quer em terra, aquisição de equipamentos de proteção individual, equipamento informático e de comunicação a longa distância, veículos terrestres e marinhos e a recuperação e ampliação de instalações associadas. Juntemos a este investimento, todo o trabalho científico, de restauro de ecossistemas e de preservação de espécies ameaçadas que nestas Reservas é desenvolvido, e que permite à Região ostentar as duas únicas Reservas de Portugal que possuem o Diploma Europeu para as Áreas Protegidas, atribuído apenas aquelas áreas que demonstram uma efetiva qualidade na sua gestão e proteção. Outra fábula.

Quanto à questão do Teleférico do Curral das Freiras, que nos últimos tempos muita tinta tem feito correr à conta da propaganda verde e desinformação, mas importa realçar que este é um investimento orçado à presente data em 47 milhões de euros, totalmente privado com o risco todo sobre o privado, que trará postos de trabalho e desenvolvimento para o Curral e Jardim da Serra e que no final dos 60 anos o investimento reveste na totalidade para a região. Podem ser contra o teleférico por princípio, mas há que dizer a verdade e não ludibriar a verdade deixando dúvidas sobre o tipo de investimento que é privado.

Para terminar, acusam o programa de governo de ser um “manual de chavões ambientais”. Não é por acaso que somos das regiões do País com melhor Índice de Qualidade Ambiental.

O Governo Regional da Madeira está profundamente comprometido com a conservação da natureza e a gestão florestal sustentável. Esperamos que todos, incluindo a oposição, contribuam positivamente para o diálogo sobre a gestão ambiental da nossa região, e estamos abertos a críticas construtivas que visem o bem comum, mas não a ataques baseados em desinformação. Continuaremos a trabalhar com transparência, eficiência e responsabilidade, sempre em benefício da nossa comunidade e do nosso meio ambiente sem as fábulas da floresta e sem propaganda verde.

OPINIÃO EM DESTAQUE
Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira
18/12/2025 08:00

Há uma dor estranha, quase impossível de explicar, que nasce quando alguém que amamos continua aqui... mas, aos poucos, deixa de estar. Não há funerais,...

Ver todos os artigos

88.8 RJM Rádio Jornal da Madeira RÁDIO 88.8 RJM MADEIRA

Ligue-se às Redes RJM 88.8FM

Emissão Online

Em direto

Ouvir Agora
INQUÉRITO / SONDAGEM

Qual o valor que gastou ou tenciona gastar em prendas este Natal?

Enviar Resultados
RJM PODCASTS

Mais Lidas

Últimas