O enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Geir Pedersen, reiterou hoje em Damasco que a solução para a crise no país deve ser liderada pelos sírios e inclusiva, prestando a ONU apoio para concretizá-la.
Em declarações à comunicação social, Pedersen sublinhou a importância de se avançar para uma transição política “credível, inclusiva, transparente e eficaz”, que respeite a soberania e a integridade territorial do país.
Sublinhou também a necessidade de “abordar a justiça da transição como parte fundamental do processo de reconciliação nacional, para garantir a proteção de todos os sírios”.
O diplomata emitiu igualmente um apelo à comunidade internacional para que reveja as sanções impostas à Síria, que considera serem um obstáculo para a recuperação económica e a reconstrução do país.
Pedersen argumentou que as sanções foram aplicadas ao anterior regime sírio, o de Bashar al-Assad, e que a sua eliminação é fundamental para permitir o desenvolvimento e enfrentar os desafios da nova Síria.
Quanto à crise humanitária, o representante das Nações Unidas recordou que mais de 17 milhões de pessoas na Síria ainda necessitam de ajuda e assegurou que a organização continuará a trabalhar para garantir que essa ajuda chega a quem dela mais precisa.
O enviado especial destacou também o importante papel de Ahmed al-Sharaa, o novo líder interino do país, que se mostrou disposto a avançar para uma nova fase política, que garanta a participação de todos os grupos e regiões e que assente no respeito dos direitos de todos os sírios.
Sobre os Montes Golã, Pedersen afirmou que a questão continua a ser essencial para a resolução do conflito, assegurando que a ONU continua a trabalhar para encontrar uma solução que respeite as resoluções internacionais e o Direito Internacional.
Sublinhou que a ocupação israelita da região continua a ser motivo de grande preocupação e que a ONU a considera “ilegal”, tendo apelado à parte envolvida para que cumpra as resoluções do Conselho de Segurança relativas à restituição da zona à Síria.
Há pouco mais de um mês e meio, após a queda do regime de Assad, Israel destacou as suas tropas no lado sírio do Monte Hermon, na zona desmilitarizada dos Montes Golã, numa operação que o Estado judeu classificou como temporária.