O Rei Felipe VI pediu hoje que a população se mantivesse unida no apoio e na ajuda às pessoas afetadas pela tempestade que provocou quase uma centena de mortos em Espanha.
O chefe de Estado espanhol expressou as condolências da família real aos parentes dos mortos e a sua solidariedade a todos os afetados por “este dano catastrófico” causado pelas chuvas e inundações no país, durante o seu discurso no I Encontro de Cidades Ibero-americanos, em Madrid.
Pelo menos 95 pessoas morreram em Espanha por causa das chuvas torrenciais e inundações que atingiram o leste e o sul do país, segundo o balanço mais recente.
A Comunidade Valenciana foi a mais afetada pelo temporal, tendo o governo regional confirmado até ao momento 92 mortos. Há mais dois mortos confirmados em Castilla-La Mancha e outro na Andaluzia.
“Todos, administrações, instituições, cidadãos e a sociedade civil de toda a Espanha” devem “permanecer unidos no seu apoio e ajuda, eficaz e generoso, para aliviar rapidamente as consequências”, acrescentou o rei.
O objetivo, segundo Felipe VI, é “recuperar a vida normal tanto quanto possível, o mais rapidamente possível, e superar este trauma, este duro golpe da natureza”, que trouxe consequências trágicas no âmbito humano, mas também consequências angustiantes para os setores económico e social.
O rei reconheceu o trabalho das equipas de socorro e dos serviços de emergência, “numa operação inédita, também numa catástrofe sem precedentes”, pelo seu trabalho “com grande profissionalismo, esforço e dedicação desde o primeiro momento e nestas condições tão complexas”.
Felipe VI agradeceu ainda aos que trabalharam para restaurar os serviços públicos básicos e aos cidadãos, alguns com “ações certamente heroicas”, que ajudaram a “levar as pessoas em risco para a segurança ou para satisfazer as necessidades básicas” daqueles que perderam tudo.
O episódio meteorológico que provocou as terríveis inundações “ainda não terminou”, alertou ainda o rei espanhol.
Felipe VI sublinhou que “em certos casos, há sempre previsões de risco”.
O rei referia-se ao anúncio realizado hoje pela Agência Estatal de Meteorologia de Espanha (AEMET) em relação a um “alerta vermelho” (risco mais elevado) para a província de Castellón, situada a norte de Valência.
A AEMET elevou para o nível vermelho o aviso no interior norte da província de Castellón, sobretudo na zona da costa (Azahar) até às 14:00 (13:00 em Lisboa), onde as chuvas podem acumular 180 litros por metro quadrado em 12 horas.
O aviso laranja está também ativo na costa norte e sul de Castellón e no interior norte da mesma província a partir das 12:00 (11:00 em Lisboa) para precipitações que podem acumular 40 litros por metro quadrado, segundo a AEMET.
A província de Castellón situa-se na região autónoma de Valência.
O resto da província de Castellón, bem como a costa da província de Valência, estão sob aviso amarelo devido a tempestades que podem ser acompanhadas de granizo e acumular 20 litros por metro quadrado numa hora.
Na sexta-feira deve manter-se o aviso amarelo na costa de Valência e Castellón e na costa norte de Alicante, bem como no interior a norte de Castellón, devido a precipitações que podem acumular entre 20 e 30 litros por metro quadrado numa hora.
A ministra da Defesa de Espanha, Margarita Robles, estabeleceu como prioridade as operações de busca a pessoas que continuam desaparecidas, na sequência da tempestade que afetou sobretudo a região autónoma de Valencia.
A ministra sublinhou que não se conhece com exatidão o número de desaparecidos, tendo especificado que as localidades de Paiporta e Masanasa, na região autónoma de Valência, “foram particularmente afetadas pela DANA”, sigla em castelhano para Depressão Isolada a Níveis Altos.