O Papa Leão XIV e o patriarca Bartolomeu I de Constantinopla pediram hoje, numa declaração conjunta, que se faça o possível para se acabar com as guerras, manifestando-se “alarmados com a situação internacional”.
“Juntos, elevamos fervorosamente as nossas vozes para invocar o dom da paz de Deus sobre o nosso mundo. Tragicamente, em muitas regiões do nosso planeta, os conflitos e a violência continuam a destruir a vida de tantas pessoas”, escreveram na declaração, assinada após celebrarem juntos uma cerimónia na igreja patriarcal de São Jorge, em Istambul.
No documento, assinado no terceiro dia da visita do Papa à Turquia, os dois líderes religiosos apelam aos que têm “responsabilidades civis e políticas para que façam tudo o que estiver ao seu alcance para garantir que a tragédia da guerra cesse imediatamente” e pediram “a todas as pessoas de boa vontade que apoiem” o apelo.
“Rejeitem qualquer uso da religião e do nome de Deus para justificar a violência”, lê-se.
O Papa e o líder espiritual de 300 milhões de ortodoxos afirmaram acreditar que “o verdadeiro diálogo inter-religioso, longe de ser causa de sincretismo e confusão, é essencial para a coexistência de povos de diferentes tradições e culturas”.
Exortaram “todos os homens e mulheres de boa vontade a trabalharem juntos para construir um mundo mais justo e solidário”, pois “só assim a família humana poderá superar a indiferença, o desejo de dominação, a ganância e a xenofobia”.
“Embora estejamos profundamente alarmados com a atual situação internacional, não perdemos a esperança. Deus não abandonará a humanidade”, escreveram.
Ficou também firmando o “desejo comum” de “continuar o processo de exploração de uma possível solução” para celebrar juntos todos os anos a Páscoa.
Anteriormente, Leão XIV reuniu-se com os líderes e representantes das igrejas e comunidades cristãs na Igreja Ortodoxa Síria de Mor Ephrem, localizada em Yeşilköy, na parte europeia da cidade turca, e a primeira e até à data única igreja construída na Turquia desde a fundação da República.