Um juiz federal de Nova Iorque autorizou a desclassificação de ficheiros do caso de Ghislaine Maxwell, condenada a 20 anos de prisão por tráfico sexual de menores na rede liderada pelo financeiro Jeffrey Epstein.
O juiz Paul Engelmayer, do Distrito Sul de Nova Iorque, aceitou o pedido do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, considerando que foram adotadas medidas para proteger a identidade e a privacidade das vítimas, noticiou hoje a cadeia televisiva NBC News.
O Departamento de Justiça não indicou ainda quando é que os documentos serão tornados públicos, mas sabe-se que o dossiê inclui transcrições do grande júri, registos financeiros e notas de entrevistas com vítimas recolhidas durante a investigação.
Ghislaine Maxwell, ex-companheira e cúmplice do falecido pedófilo e criminoso sexual Jeffrey Epstein, foi condenada em dezembro de 2021 por crimes de tráfico sexual de menores, transporte de menores para fins de exploração sexual e várias acusações de conspiração.
A decisão surge poucos dias depois de um juiz da Florida ter autorizado a desclassificação de documentos ligados ao caso Epstein, no seguimento de uma lei aprovada pelo Congresso para reforçar a transparência.
O tema voltou ao centro do debate político após democratas da Comissão de Supervisão e Reforma Governamental da Câmara dos Representantes do Congresso terem divulgado mensagens eletrónicas atribuídas a Epstein, nas quais este alegava contactos frequentes entre vítimas de tráfico sexual e o agora Presidente Donald Trump.
A Casa Branca rejeitou essas alegações, acusando os democratas de tentarem criar uma narrativa falsa para difamar o chefe de Estado.
Em setembro, o Congresso já tinha divulgado mais de 33.000 páginas de documentos entregues pelo Departamento de Justiça, mas grande parte do conteúdo já era público.
Jeffrey Epstein foi detido em julho de 2019 por acusações de abuso sexual e tráfico de menores, mas foi encontrado morto na cela semanas depois.