Os Estados Unidos condenaram hoje a “natureza vil do regime criminoso” de Nicolás Maduro, após a morte do ex-governador venezuelano Alfredo Díaz, considerado pela oposição como preso político.
Washington denunciou também as condições da sua detenção “no centro de tortura de Maduro” em El Helicoide, sede do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN), em Caracas.
A declaração norte-americana surge num momento de tensões crescentes, após o envio de tropas dos Estados Unidos para o Mar das Caraíbas, alegadamente para combater o narcotráfico. Caracas vê a situação como uma “ameaça” destinada a provocar mudança de regime.
O Ministério do Serviço Penitenciário da Venezuela informou que Díaz morreu de ataque cardíaco, versão contestada pela oposição.
María Corina Machado e Edmundo González Urrutia denunciaram um “padrão contínuo de repressão estatal”, lembrando que sete presos políticos já morreram na prisão desde 2024.
Ativista da Ação Democrática e ex-vereador, Díaz foi detido em novembro de 2024 após questionar os resultados das eleições presidenciais, que a oposição considerou fraudulentos, e denunciar a crise energética no estado de Nueva Esparta.
A oposição responsabiliza diretamente o regime pela sua morte, rejeitando que tenha sido “normal”.
No sábado, o Governo venezuelano confirmou que o ex-governador do estado de Nueva Esparta morreu na prisão vítima de ataque cardíaco, como anunciado antes por várias ONGs e partidos políticos.
O Ministério do Serviço Penitenciário da Venezuela emitiu um comunicado em que precisou que este sábado, aproximadamente às 06:33 hora local (10:33 TMG), Díaz manifestou “sintomas compatíveis com um enfarte do miocárdio”, pelo que foi “auxiliado pelos seus companheiros de recinto” e “imediatamente” atendido na emergência, onde lhe prestaram “cuidados médicos primários”.
Devido ao seu estado, segundo o Ministério, foi transferido para o Hospital Universitário de Caracas, onde foi internado e “faleceu minutos depois” de tentarem estabilizá-lo.
Díaz “estava a ser processado, com plena garantia dos seus direitos, de acordo com o ordenamento jurídico e o respeito pelos direitos humanos e a sua defesa jurídica. Isso é evidente através de vídeos e registos correspondentes”, afirmou ainda o Ministério.