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67 jornalistas foram mortos num ano

Data de publicação
09 Dezembro 2025
8:20

Um total de 67 jornalistas foram mortos no exercício ou devido à profissão em todo o mundo num ano, quase metade em Gaza “sob o fogo das forças armadas israelitas”, denunciou hoje a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

O número de jornalistas mortos entre 01 de dezembro de 2024 e 01 de dezembro de 2025 “voltou a aumentar, devido às práticas criminosas das forças armadas, regulares ou não, e do crime organizado”, lamentou no relatório de 2025 a organização de defesa da liberdade de imprensa.

Seis dias após a condenação do jornalista francês Christophe Gleizes a sete anos de prisão na Argélia por apologia do terrorismo, a RSF também indica que 503 jornalistas estão detidos até ao momento em 47 países do mundo, incluindo 121 na China, 48 na Rússia e 47 em Myanmar (antiga Birmânia).

A organização contabiliza, além disso, 135 jornalistas desaparecidos, alguns há mais de 30 anos, e 20 jornalistas reféns, principalmente na Síria e no Iémen.

A RSF contabilizou 49 jornalistas mortos em 2023, um dos números mais baixos dos últimos vinte anos, mas a guerra travada por Israel na Faixa de Gaza, desde os ataques do Hamas em 07 de outubro de 2023, alimentou uma subida desse número em 2024 (66 mortos, segundo um balanço atualizado) e em 2025 (67).

“É a isso que leva o ódio aos jornalistas, é a isso que leva a impunidade”, denunciou a diretora editorial da RSF, Anne Bocandé, em declarações à agência France-Presse (AFP).

“Hoje, há um verdadeiro desafio, que os governos reinvistam na questão da proteção dos jornalistas e não os transformem em alvos”, acrescentou.

Com, pelo menos, 29 funcionários dos meios de comunicação mortos nos últimos doze meses em território palestiniano enquanto trabalhavam, e, pelo menos, 220 desde outubro de 2023, contando também aqueles que morreram fora do âmbito profissional, “o exército israelita é o pior inimigo dos jornalistas”, acusou a RSF.

Embora os jornalistas devam ser protegidos como os civis em zonas de conflito, o exército israelita foi acusado várias vezes de os visar deliberadamente, tendo sido alvo de queixas por crimes de guerra.

Israel respondeu que estava a atacar o movimento islamista palestiniano Hamas, considerada uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

O exército israelita assumiu ter alvejado o célebre correspondente da Al-Jazeera Anas al-Sharif, morto juntamente com outros cinco profissionais durante um ataque em agosto, qualificando-o de terrorista que “se fazia passar por jornalista”. Acusações sem provas, retorquiu a RSF na altura.

A diretora editorial da RSF denuncia a tendência de denegrir os jornalistas para “justificar os crimes”.

“Não se trata de balas perdidas. Trata-se realmente de ataques direcionados a jornalistas, porque eles informam o mundo sobre o que se passa nessas regiões”, explicou.

A RSF também lamenta “o ano mais mortífero no México desde há pelo menos três anos”, com nove jornalistas mortos, “apesar dos compromissos” assumidos pela Presidente de esquerda eleita em 2024, Claudia Sheinbaum.

As vítimas “cobriam a atualidade local, denunciavam o crime organizado ou as ligações deste com os políticos e tinham recebido ameaças de morte explícitas”, explicou a organização.

A Ucrânia (três jornalistas mortos) e o Sudão (quatro jornalistas) são os outros países com o balanço mais mortífero, de acordo com a RSF.

Outras organizações têm balanços diferentes devido a métodos de cálculo que variam. No site da UNESCO, a agência da ONU contabiliza 91 jornalistas mortos até ao momento este ano em todo o mundo.

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