A qualidade e a felicidade organizacional influenciam o crescimento económico das empresas que apostam nas boas práticas de gestão e no bem-estar dos seus colaboradores. Estas são duas das ideias fortes saídas das Jornadas Regionais da Qualidade 2025, realizadas, esta manhã, pela Associação Portuguesa para a Qualidade (APQ), com o apoio institucional da Secretaria Regional de Economia, através da Direção Regional do Comércio, Indústria e Qualidade.
Subordinado ao tema “A Qualidade e a Felicidade Organizacional”, o encontro, realizado na reitoria da Universidade da Madeira, reuniu especialistas que partilharam experiências e abordagens de promoção do bem-estar, de retenção de talento e de desenvolvimento de culturas organizacionais positivas, que são determinantes para a sustentabilidade e produtividade das instituições, quer elas sejam privadas ou públicas.
A diretora regional de Comércio, Indústria e Qualidade (DRCIQ) começou por referir que “a excelência é um caminho que nunca está acabado”. Isabel Rodrigues garantiu o empenha da Madeira numa estratégia de Qualidade. Na passada segunda-feira foi lançada a “campanha de sensibilização para a qualidade”, que irá repetir-se todas as semanas nas redes sociais. Além disso, é pretensão da DRCIQ reforçar as ações de formação, que irão passar, também, pelos serviços públicos. “A Qualidade de serviço tem de estar subjacente em tudo o que nós desenvolvemos no nosso dia-a-dia”, vincou a diretora regional.
Foram estabelecidos contactos com a ACIF e o Instituto de Qualificação com intuito de serem criadas iniciativas específicas para as pequenas e médias empresas, com o objetivo de sensibilizar, formar para as boas práticas e estimular a implementação de sistemas de gestão da qualidade. “Estabeleceu-se, ainda, contactos com o IDE - Instituto de Desenvolvimento Empresarial, com o objetivo de se sensibilizar as empresas para a aposta em sistemas de gestão da qualidade”, revelou Isabel Rodrigues.
Na forja está, também, a dinamização de uma plataforma da qualidade, com uma bolsa de especialistas em qualidade na administração pública, com o objetivo de estender as boas práticas a todos os sectores económicos e sociais.
Já a diretora regional de Competitividade, Inovação e Sustentabilidade, Andreia Collard, destacou que “num mundo empresarial cada vez mais dinâmico e exigente, compreender que o verdadeiro capital de uma organização são as pessoas é mais do que uma convicção: é uma estratégia para o sucesso sustentável das nossas empresas e um fator determinante para a retenção de talento”, desafiando assim as organizações a apostarem na valorização dos colaboradores.
Os dados mais recentes mostram que há um grande caminho a percorrer em Portugal. De acordo o Barómetro da Felicidade Organizacional menos de 10% dos colaboradores dizem estar “extremamente felizes” no local de trabalho. A flexibilidade de horário, os seguros de saúde e os prémios de produtividade são fatores determinantes na satisfação dos trabalhadores, e, ainda, continuam a ser pouco implementados nas empresas nacionais.
Por outro lado, face à saída de muitos jovens portugueses com formação superior para o estrangeiro, os especialistas recomendam o reforço da aposta na felicidade no trabalho, como forma de reter talentos, reduzir a taxa de rotatividade e melhorar o clima organizacional. Ao reduzir os níveis de stress e ao aumentar o compromisso com os colaboradores as instituições acabam por ficar com os melhores e por serem financeiramente mais bem-sucedidas.