A atividade económica regional manteve-se em trajetória de crescimento em setembro de 2025, registando uma ligeira aceleração face ao mês anterior.
Segundo a Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM), sobre o Indicador Regional de Atividade Económica (IRAE), “em setembro de 2025, a atividade económica regional manteve-se em trajetória de crescimento, tendo acelerado ligeiramente”. O organismo recorda que o IRAE tem como objetivo “sinalizar o comportamento da atividade económica, nomeadamente no que se refere à sua direção e magnitude das flutuações”, acrescentando que o seu valor quantitativo “assume por isso uma importância secundária”, não substituindo a variação real do Produto Interno Bruto, ainda que exista “uma forte correlação entre as duas variáveis”.
No setor do turismo, o número de dormidas nos alojamentos turísticos aumentou 4,7%, abaixo dos 5,2% observados em agosto. Já os proveitos totais cresceram 18,7%, ligeiramente abaixo dos 19,0% do mês precedente, enquanto o RevPAR abrandou para 16,7%. A emissão de energia elétrica registou uma variação positiva de 1,1%, acima dos 0,8% de agosto, ao passo que a introdução no consumo de gasóleo diminuiu 0,4%, contrastando com o crescimento registado no mês anterior.
A DREM destaca ainda que “a relação entre sociedades constituídas e dissolvidas aumentou para 3,2 novas sociedades por cada dissolução”, superando o rácio de 2,7 de agosto. Nos indicadores qualitativos, “observou-se uma melhoria na indústria transformadora e na construção e obras públicas”, enquanto “os setores do comércio e dos serviços registaram deteriorações nos respetivos níveis de confiança”.
No consumo privado, a introdução no consumo de gasolina cresceu 10,8%, valor próximo do observado em agosto. O saldo dos empréstimos para consumo aumentou 8,6%, prolongando a tendência positiva, e os levantamentos e compras através de terminais de pagamento automático com cartões nacionais cresceram 8,2%, apesar de uma desaceleração. Em sentido contrário, as vendas de automóveis ligeiros de passageiros registaram “uma redução muito acentuada (–33,9%)”.
Ao nível do investimento, as vendas de automóveis ligeiros de mercadorias aumentaram 7,2%, invertendo a trajetória negativa dos meses anteriores. A comercialização de cimento regressou a terreno positivo (+1,1%) e a avaliação bancária da habitação acelerou para 17,4%. O número de edifícios licenciados cresceu 31,0%, ainda que abaixo do aumento registado em agosto.
Na procura externa, as exportações regionais de bens aumentaram 53,6%, mantendo-se “em níveis muito elevados”, enquanto as importações continuaram a diminuir, com uma variação negativa de 1,0%. O tráfego de passageiros nos aeroportos regionais cresceu 15,7%, mantendo um ritmo considerado dinâmico pela DREM.
No mercado de trabalho, o número de desempregados inscritos diminuiu 12,3% e os pedidos de emprego caíram 12,0%, mantendo a tendência de recuo. Já as ofertas de emprego diminuíram 1,0%, invertendo a evolução positiva do mês anterior.
Em matéria de preços, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor fixou-se em 3,0%, abaixo dos 3,3% de agosto. A inflação nos bens desacelerou para 2,2%, enquanto nos serviços aumentou para 4,0%. O indicador de inflação subjacente diminuiu para 2,4%.
No conjunto, a DREM conclui que a economia regional manteve em setembro uma trajetória positiva, com sinais de aceleração, embora com comportamentos diferenciados entre setores e componentes da atividade económica.