A Diretoria de Investigação de Crimes Prioritários (DPCI) detetou a venda ilegal de armas de fogo efetuada por um ex-Coronel.
O departamento em causa, comumente conhecido como HAWKS, investiga o crime organizado, e é um ramo especializado do serviço de polícia da África do Sul direcionado a investigar crimes económicos, corrupção e outros crimes graves.
O HAWKS ainda não conseguiu confirmar quantas armas de fogo ilegais, o ex-Coronel, Christian Prinsloo, da South African Police Services (SAPS), vendeu a criminosos, nem quantas foram já recuperadas.
Entre 2007 e 2015, enquanto chefiava a Unidade de Armas de Fogo, Bebidas Alcoólicas e Bens de Segunda Mão da SAPS na província de Gauteng, Christian Prinsloo comandou uma operação secreta na qual milhares de armas policiais confiscadas ou desativadas foram roubadas de depósitos de armazenamento de armas do Governo e vendidas a líderes de gangues na Província do Cabo Ocidental.
De acordo com um relatório de projeto da SAPS de 2016 sobre este tema, uma auditoria balística constatou que essas armas estavam ligadas a dezenas de crimes em toda a província do Cabo Ocidental, incluindo 1.088 homicídios, 1.403 tentativas de homicídio e 315 outros crimes durante um período de cinco anos, entre 2010 e 2016.
O porta-voz do HAWKS, Siyabulela Vukubi limitou-se a dizer: “Só podemos confirmar que o assunto está ainda em tribunal pelo que não posso comentar.”
Cigire Taylor , da ONG “Gun Free South Africa” (GFSA) afirmou: “Com 33 sul-africanos mortos a tiro diariamente, a Comissão Madlanga e o Comité Parlamentar devem priorizar o estabelecimento de um registo preciso de armas de fogo, a coleta de provas de crimes relacionados com armas de fogo, a garantia e responsabilização genuína e o fortalecimento das estruturas legislativas, visto que a falha histórica e sistémica da África do Sul no controlo de armas de fogo é um fator crucial que facilita o crime organizado”.
Esta ONG em maio de 2023 solicitou a certificação de uma ação coletiva contra a SAPS em nome das famílias afetadas por mortes e ferimentos resultantes de falhas nos sistemas de gestão de armas de fogo controladas pela polícia e organização mantem-se em contacto com o Extado por meio do processo legal para obtenção de informações sobre a quantidade de armas de Prinsloo que até agora não foram redimidas.
O ex-Coronel Christian Prinsloo, confessou ter roubado as armas do Estado para vendê-las a criminosos tendo sido sentenciado a 18 anos de prisão em 2016 por 13 acusações relacionadas com o fornecimento ilegal de 2.000 armas de fogo.
Na África do Sul, aproximadamente entre 12.000 a 16.000 homicídios envolvem armas de fogo anualmente. Dados mais recentes indicam uma média diária de cerca de 33 pessoas assassinadas por disparos de armas de fogo que são o instrumento de preferência mais frequente em homicídios, e a acessibilidade e disponibilidade de armas é um fator que contribui para os níveis inaceitáveis de violência e homicídios relacionados com armas de fogo nestes últimos anos, fazem com a África do Sul tenha uma das mais elevadas taxas de homicídios do mundo com armas de fogo utilizadas em mais de 40% dos crimes.
Um facto perturbador é de que a violência está fortemente ligada ao género.
Os homens são, na maioria das vezes, tanto vítimas quanto autores de assassinatos e agressões violentas e as mulheres, enfrentam altos níveis de vulnerabilidade à violência perpetrada por homens, concretamente, a violência sexual e a violência doméstica, incluindo homicídios.