Os Jogos Olímpicos de Tóquio iniciaram-se ontem com uma cerimónia de abertura contida, respeitando a ausência de público no evento e recordando as implicações negativas da pandemia, que adiou o evento por um ano.
Sem a vida e o entusiasmo do público, nem o fulgor que se destacou nos espetáculos dos muitos Jogos que os precederam, os nipónicos optaram por uma cerimónia mais simbólica do que festiva: pela primeira vez na história, não vai haver público a assistir e rejubilar com os êxitos dos desportistas, desacompanhados como nunca.
O minimalismo da cerimónia, com mais mensagens subliminares às circunstâncias da atualidade do que a habitual pompa, surgiu igualmente na fugaz aparição, em vídeo, de António Guterres, secretário-geral da ONU, que 10 minutos antes do início da cerimónia endereçou uma mensagem de esperança e união, extensível ao planeta.
Os anéis olímpicos, cada um com quatro metros de diâmetro e feitos de madeira retirada de árvores plantadas por atletas dos Jogos de Tóquio1964, entraram no estádio, iluminados por lanternas de papel: quando se juntaram, o fogo de artifício brilhou no céu.
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A organização de há quase 57 anos e o seu legado não foram esquecidos.
À cerimónia não faltaram o presidente do Comité Olímpico Internacional, o alemão Thomas Bach, bem como o anfitrião, o imperador Naruhito, a quem coube a curta declaração de abertura oficial dos Jogos Olímpicos.
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Thomas Bach destacou a “perseverança” do povo japonês na determinação em “ultrapassar as dificuldades”, incluindo as pandémicas que puseram em causa a realização dos Jogos, e elogiou os atletas: “Inspiraram-nos a lutar como vocês, por vocês”.
A anteceder o longo desfile, boa parte das cerca de três horas e meia da cerimónia, o professor Muhammad Yunus, economista do Bangladesh conhecido como banqueiro dos pobres, prémio Nobel da Paz, foi reconhecido com o Laurel Olímpico pelo seu trabalho com as comunidades desfavorecidas.
Depois de a chama olímpica ter sido acesa pela tenista Naomi Osaka, a partir de hoje, cerca de 11.000 atletas vão disputar 339 títulos olímpicos.
Por Daniel Faria/Lusa