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JPP denuncia “forretice” e propõe 45 cêntimos por quilo de cana-de-açúcar

Data de publicação
11 Fevereiro 2024
16:17

O Juntos Pelo Povo (JPP) criticou, este domingo, o que diz ser a “forretice” e propõe 45 cêntimos por quilo de cana-de-açúcar.

Num comunicado assinado por Rafael Nunes, vice-presidente grupo parlamentar JPP, o partido afirma que, após diversos contactos com produtores de cana-de-açúcar, mantidos nos últimos dias, voltou a se deparar com um “sentimento de revolta” com a proposta avançada pelo Governo de 40 cêntimos por quilo de cana.

“São cada vez mais os industriais do sector que se queixam de falta de cana-de-açúcar, falando em ruturas de stock dos produtos derivados, em aumento do preço final ao consumidor e de necessidade de recorrer a produtos do exterior, com notória diminuição da qualidade. São praticamente unânimes a confirmar o crescimento comercial dos produtos, mas com falta dramática da matéria-prima que condiciona a abertura a novos mercados externos”, aponta Rafael Nunes.

Do lado da produção, prossegue, “são cada vez mais os agricultores que nos transmitem a sua intenção de abandonar a atividade, face aos preços acordados pelo Governo que, segundo muitos, lembram a ‘escravatura’”.

Pese embora denote que “qualquer aumento é sempre bem-vindo”, o JPP considera que “não deixa de ser caricato que, numa completa alienação da realidade, a ainda Secretária Regional de Agricultura, Rafaela Fernandes, em reunião com os operadores económicos, tenha vindo a público anunciar um irrisório aumento de uns míseros 4 cêntimos (com 2 cêntimos anunciados pelos operadores económicos), quando estes produtores de cana-de-açúcar enfrentam aumentos que duplicaram os valores dos adubos e dos remédios agrícolas (produtos fitofarmacêuticos), mas também trouxe aumentos consideráveis na mão-de-obra agrícola, consequência da enorme inflação que atingiu este sector”.

O JPP intitula ainda de “vergonhoso” que na mencionada reunião que, “segundo a governante tinha como objetivo ‘encontrar uma posição de consenso relativamente ao reforço do rendimento dos agricultores de cana-de-açúcar’, se tenha ‘esquecido de convidar’ os principais interessados na produção e comercialização deste produto – os próprios agricultores de cana-de-açúcar”, critica.

O partido entende que “esta ausência premeditada dos agricultores, principais visados neste processo, demonstra à partida, a farsa neste alegado ‘consenso’, o enorme desinteresse em tomar conhecimento da situação e, principalmente, em trazer medidas que solucionem, de uma vez por todas, a situação que aflige cerca de 1300 pessoas que dependem diretamente da produção de cana-de-açúcar”.

Nesse sentido, o JPP critica a inércia do anterior executivo perante o “desespero que atinge o sector agrícola e, em particular, a cana-de-açúcar, mas continuamos perante uma clara ‘situação de forretice’ que não faz qualquer sentido”.

“É uma situação que não faz qualquer sentido, principalmente quando se fala em “anos recordes” na venda de mel de cana e de aguardente, e quando foi o próprio governo a avançar que as vendas de rum agrícola aumentaram de 2 para 5,2 milhões de euros em dois anos”, reforça, constatando que “se o valor do rum da Madeira mais que duplicou em dois anos, não faz qualquer sentido que esse aumento não se reflita também, e de uma forma direta, no bolso dos agricultores”.

Face ao exposto, o JPP garante que voltará a insistir na necessidade de um apoio extraordinário que permita acabar com esta escravidão crónica e que permita um pagamento de 45 cêntimos, “um preço justo, que acompanhe o custo de vida e as grandes dificuldades sentidas pelos agricultores”.

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