A Comissão Política do PS/Madeira vai debater o calendário das eleições internas no partido na próxima reunião da Comissão Regional já agendada para quinta-feira, dia 23 de outubro.
“A Comissão Regional vai estabelecer todo o calendário para as eleições internas e para o congresso do PS”, informou hoje o presidente do PS/M, Paulo Cafôfo, no final da Comissão Política do PS/M.
A proposta de Paulo Cafôfo é para que o processo interno ocorra ainda este ano, uma vez que disse haver tempo para cumprir os prazos e para que os candidatos apresentem as suas propostas.
Aos jornalistas, o atual líder regional dos socialistas reiterou que não será candidato a um novo mandato e prometeu não comentar os nomes de pessoas que se perfilam para a liderança.
Cafôfo também não quis comentar as críticas que Ricardo Franco já lhe dirigiu. O candidato a seu sucessor e antigo presidente da Câmara Municipal de Machico criticou a liderança de Cafôfo, por ter produzido um “resultado catastrófico”.
“Não faço absolutamente nenhum comentário, nem me vou imiscuir nesta luta pela liderança”, respondeu.
Analisando as eleições de domingo, Paulo Cafôfo reconheceu que não gostou do resultado, mesmo o partido mantendo as câmaras municipais do Porto Moniz e de Machico, embora perdendo a Ponta do Sol.
“O PS não está satisfeito com os resultados, eu não gostei dos resultados eleitorais, e é preciso fazermos uma avaliação do que correu menos bem ou do que não correu bem”, disse. Face ao desempenho obtido, reconheceu que é preciso “retificar questões que possam ter levado a estes resultados”.
“Sou o primeiro responsável pelos resultados do partido”, acrescentou, explicando por que motivo se manteve à frente do PS, mesmo depois de ter assumido em março, no rescaldo das eleições regionais, que sairia após os dois atos eleitorais que se seguiriam.
“Sei que muita gente não concordou e me criticou por esse facto, mas esses que me criticaram seriam os primeiros a acusar-me de ter abandonado o partido”, comentou, dizendo ter agido em “prol do que seria correto para o partido”.
“Em termos pessoais, era muito mais fácil ter deixado a liderança” e evitado as “confusões” da composição das listas para as autárquicas.
Mas se tal acontecesse, teria “havido muita turbulência”, por ser “quase coincidente com a constituição das listas” para as autárquicas, o que causaria “dificuldades para sarar as feridas abertas por essa luta interna”.
Cafôfo disse ainda que, por o partido tanto na Região, como no Continente, “não estar num bom momento”, sabia “que os resultados não seriam satisfatórios”, e isso seria “penalizador” para nova liderança.
“Entrava e iria logo começar a ter um resultado negativo”, referiu. Daí que tenha querido “limpar” para que o próximo presidente exerça uma liderança para quatro anos.