O presidente da Assembleia da República, Pedro Aguiar-Branco, disse hoje que a autonomia madeirense “não foi dada, mas conquistada”, não sendo também “um presente do Estado Central, mas uma reivindicação justa”.
Na sessão solene que marca o início das comemorações dos 50 anos da Autonomia da Madeira, Pedro Aguiar-Branco considerou que a autonomia “nasceu de uma conquista de maturidade democrática” dos madeirenses e que representou “um passo firme de Portugal rumo a pluralidade que enriquece o País”.
“A autonomia faz parte da identidade dos madeirenses”, acrescentou, elogiando a resiliência desta Região, que “vê uma montanha e constrói um túnel”.
“Onde outros encontram obstáculos, os madeirenses encontram caminhos”, frisou, defendendo ainda que “a Madeira não pede favores” e que “a Autonomia não é um privilégio”, mas uma expressão “da coesão territorial e de justiça”.
Dando os exemplos de Cristiano Ronaldo, dos NAPA e de Tolentino Mendonça, enquanto representantes madeirenses que influenciam o País, Pedro Aguiar-Branco afirmou ainda que a “Madeira olha o mundo de frente. Engane-se quem pense que a Madeira é isolada. A Madeira conhece o mundo não só porque quem cá chega, mas por quem partiu”.
A segunda figura do Estado disse também que, nas celebrações dos 50 anos da autonomia, “o pior que poderia acontecer seria fazer” deste momento “apenas uma festa regional”.
Para Pedro Aguiar-Branco, as comemorações devem ser levadas para o centro do país, “principalmente para Lisboa”.
O presidente do parlamento nacional apresentou, por fim, o processo de integração da comunidade venezuelana na Madeira como um exemplo para o País.
“Deram uma lição ao País quando receberam 12 mil emigrantes da Venezuela”, integrando-os para que hoje sejam “uma força” que ajuda a economia madeirense. “É um exemplo que o País não pode ignorar”, reforçou.