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Artigo de Opinião

27/06/2022 05:39

"Quiseram", escrevi eu, porque na realidade é precisamente isso que se trata. No CDS, como deve ser em partidos políticos democráticos, o potencial candidato à liderança tem de primeiro ver aprovada a sua moção, ou seja, o seu caderno de encargos, que contém as principais medidas a implementar e os objetivos a alcançar. Só após o escrutínio favorável é que o candidato tem considerações para ser... candidato.

No caso, há 4 anos, no Congresso que levou Rui Barreto ao assento principal da Comissão Política Regional, os congressistas votaram em preferência na sua moção. Havia outra, mas foi esta que escolheram. Que dizia, entre outras matérias, que pretendia que o CDS se tornasse um partido de governo. Preconizando ainda a possível solução de uma coligação pós-eleitoral. Pois bem, quis o destino que o resultado das eleições legislativas regionais no ano seguinte colocasse o CDS precisamente na posição de poder decidir qual seria o futuro governo regional. Não vou aqui discutir o que já foi amplamente abordado - bem e mal - ao longo das semanas que se seguiram, mas simplesmente direi que, devidamente mandatado pelos orgãos representativos do partido, quer em sede de comissão política, quer depois em sede de conselho regional, Rui Barreto foi mandatado para negociar e formar uma coligação com o partido vencedor das eleições de 2019, precisamente o PSD.

O resto é história. A participação do CDS no Governo Regional da Madeira tem permitido um governo estável, aberto e sobretudo eficaz. Teve de o ser no combate à pandemia, que consumiu recursos a torto e a direito, interrompendo um ciclo económico positivo que a Madeira vinha vivendo. Teve de o ser no apoio e recuperação de uma economia afetada por interrupções locais e internacionais, particularmente no setor do turismo. Tem de o ser agora, quando somos afetados pela subida generalizada dos preços devido aos conflitos mundiais, mas também pelo país estar a ser gerido pela maior, mais cara e mais pesada máquina socialista, responsável pelo maior aumento de sempre do número de dependentes do Estado e pela maior carga fiscal da história do país e, neste momento, a maior da zona euro. Quando temos um primeiro ministro que prefere aumentar os salários por decreto, sem perceber o peso que tal significaria para as empresas, do que baixar os impostos na mesma proporção.

Tendo tudo isto presente, Rui Barreto apresentou-se aos congressistas com um propósito: renovar o seu mandato para que possa manter o CDS como partido de governo na Região e, assim, mantendo a sua capacidade de melhorar a vida dos madeirenses e portosantenses e por em curso muitas das ideias que vem defendendo ao longo dos anos, naturalmente sempre em linha com o seu parceiro de governo. É verdade que nem tudo foi bem feito nestes quatro anos. Nem tudo correu da melhor forma. Internamente houve quem não percebesse o ponto fulcral do caminho assumido ou não tenha tido paciência para aguentar a dureza do trajeto e tenha optado por outros caminhos mais de acordo com os seus interesses. Tudo isto foi assumido porque é o CDS é assim. Um partido plural, que alia as tradições à inovação, o conservadorismo dos princípios à liberdade económica, humanista e personalista, uma espécie de consciência social que muitos querem calar. E porque não há qualquer necessidade de ser como os outros e embarcar em ‘trends’ passageiros e porque não tememos as redes sociais nem os exércitos de "perfileiros".

Os congressistas renovaram a confiança em Rui Barreto e, desta vez, mandataram-no para continuar a ser governo. Porque o CDS é um partido de governo. Porque o CDS não é um partido qualquer. É fundador da democracia, algo que muitos hoje já nem sabem o que isso é. Mas, para quem gosta de vaticinar funerais, esquece-se que é um partido implantado em Portugal. É poder em juntas de freguesia, em câmaras municipais, e sozinho ou em coligação, tem autarcas por todo o país, incluindo Porto, Lisboa e Funchal. É governo na Madeira e nos Açores, com deputados nas assembleias regionais. Tem representação no parlamento europeu. Por uma conjuntura infeliz deixou, pela primeira vez em 47 anos, de ter representação no parlamento nacional. Mesmo colhendo mais votos no todo nacional do que outros partidos que conseguiram essa mesma representação parlamentar. Paradoxos do nosso sistema eleitoral. Mas isto é temporário porque em breve o CDS voltará à Assembleia da República. E por cá o CDS Madeira continuará a ser decisivo!

Luís Miguel Rosa escreve à segunda-feira, de 2 em 2 semanas

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