Com requisitos tão simples de cumprir não haverá argumentos para faltar ao dever de votar, exercendo a obrigação de dar o seu contributo para a escolha do Presidente da República.
Apesar de toda a sensibilização no sentido de votar, é esperada uma abstenção elevada. Algo que não terá apenas a ver com os receios reais em torno da propagação do vírus - fator determinante - mas também com a habitual predisposição dos portugueses para faltarem a este tipo de compromisso cívico.
O que não podia acontecer - felizmente não vai acontecer - seria a remarcação deste ato eleitoral para data mais oportuna. O que certamente viria a revelar-se muito confortável para quem faz da política um modo de vida, mas catastrófico para um país que precisa de tudo menos de mais uns meses de permanente campanha eleitoral.
Confinamentos a mais?
Eleições Presidenciais à parte, a população continua envolta nas dúvidas em torno da intensidade do confinamento - se total ou parcial. Uma discussão sem respostas definitivas, sempre dependente dos números e das aflições que a pandemia vai gerando dia após dia.
Analisando à posteriori, da mesma forma que se concluiu que não deveria ter havido tanto relaxamento oficial e individual durante as épocas festivas do Natal e fim de ano, à terceira semana deste dramático mês de janeiro também é quase simples sentenciar que o fecho total seria, porventura, a decisão mais recomendável que os governantes não tiveram a coragem de adotar.
E, por falar em falta de coragem, há dois episódios muito diferentes da nossa vida pública que, por estes dias, transmitem uma ideia de 'confinamento a mais' ou um 'confinamento conveniente': o primeiro e mais grave é a 'ausência' do secretário regional da Saúde nos esclarecimentos e na pedagogia que deveriam ser feitos quase diariamente, eventualmente respondendo a questões dos jornalistas; o segundo, de importância apenas para a população de uma das freguesias do concelho de Santa Cruz, relacionado com a ausência de respostas em torno do projeto de remodelação de um espaço público.
No caso do principal responsável pela Saúde na Região, parece óbvio que agora é que se impunha uma presença regular nas explicações diárias e nas recomendações a uma população que precisa de orientações específicas para as situações também elas específicas destes conturbados tempos que vivemos.
No caso da obra que vai - finalmente - mudar a face visível do Largo da Achada, na Camacha, é óbvio que a autarquia santa-cruzense tem o dever de mostrar o que vai fazer, muito para além de continuar a recordar que a gestão anterior não fez o que devia. Se dúvidas houver sobre esse requisito básico, basta raciocinar à moda antiga: se continuasse na Oposição, o que diria Filipe Sousa se suspeitasse que uma obra pública estava a avançar sem que ninguém tivesse visto o projeto?