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Artigo de Opinião

8/07/2021 08:01

Como é de conhecimento geral, desde fevereiro de 2015 que os sacos de plástico têm um custo associado, uma medida que inicialmente estranhamos, mas que ao longo do tempo "entranhamos", passando a ser comum reutilizarmos sacos de plástico ou darmos mais uso aos sacos feitos com outros materiais. Algo semelhante acontecerá este ano, através da proibição da utilização de talheres, pratos, palhinhas, agitadores de bebidas, copos, recipientes para bebidas, cotonetes, varas para balões e todos os outros produtos feitos de plástico oxodegradável. Estas medidas partem da Diretiva (UE) 2019/904 com o intuito de reduzir o impacto destes produtos de plástico no ambiente e acompanhar os objetivos desenvolvimento sustentável (ODS 2030) das Nações Unidas.

Discute-se que, uma das estratégias para alcançar o desenvolvimento sustentável baseia-se na transição de uma economia linear para uma economia circular. Mas afinal o que distingue estas economias?

A economia linear é um modelo económico que surgiu durante a era industrial, com o princípio de "produzir, utilizar e deitar fora". Por consequência, este modelo tem proporcionado uma procura crescente de matérias-primas (muitas delas escassas e finitas), um aumento no consumo de energia e mais emissões de CO2 para a atmosfera. Neste contexto, torna-se urgente transitar para uma economia circular, que prevê trazer vantagens nos três pilares que compõem uma sociedade: ambiental, económico e social.

A economia circular é definida como um circuito fechado, restaurativo e regenerativo por princípio, que deve ser pensado desde a etapa da produção, com vista a manter o máximo valor e utilidade dos produtos, componentes e materiais na máxima utilidade e valor ao longo do tempo. Este modelo económico, almeja a partilha, reutilização, reparação e reciclagem dos produtos. Mesmo quando um produto chegar ao fim da sua vida útil, os seus materiais devem ser mantidos dentro do ciclo sempre que possível, de forma a serem usados repetidas vezes e que o desperdício seja reduzido ao mínimo, saindo apenas o lixo residual do ciclo.

O plástico tem ainda um papel central na indústria e no nosso dia-a-dia e, apesar de tentarmos evitar o seu uso, este material continuará a estar presente no nosso quotidiano, mas poderá assumir uma forma diferente. Nesta lógica, temos assistido recentemente ao aparecimento de um número crescente de instituições que têm dado o seu contributo através da transformação do plástico em obras de arte, ou até mesmo de empresas que através da recolha de plástico nas praias portuguesas tem produzido sandálias, chinelos e outros artigos, em defesa da pegada ecológica.

É imperativo inovar o modo como produzimos, utilizamos e regeneramos, para que o plástico não acabe no lixo residual, mas assuma um papel importante dentro do ciclo da economia circular.

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