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Artigo de Opinião

3/05/2024 08:00

Esta é uma questão que, todos nós, inevitavelmente, temos feito nos últimos tempos. Intolerância nos “píncaros”, nas mais diversas situações insignificantes. Porquê esta atitude, esta falta de empatia para com os outros?

A pandemia trouxe consigo uma série de mudanças significativas nas vidas das pessoas em todo o mundo. O distanciamento social, as preocupações com a saúde e as incertezas económicas foram desafios que afetaram profundamente o estado emocional e psicológico das pessoas. Como resultado, é compreensível que, após a pandemia, algumas pessoas possam estar mais intolerantes do que antes.

Uma das razões para a crescente intolerância pode ser atribuída ao stress e à ansiedade que muitos enfrentaram durante este período, deixando marcas profundas que se refletem até hoje. O medo constante do vírus, o isolamento social e as preocupações financeiras podem ter contribuído para um aumento dos níveis de stress e frustração. Quando somos sujeitos a níveis de stress extremo, é mais provável que reajamos de forma mais impulsiva e intolerante a situações que, normalmente seriam mais fáceis de lidar.

Além disso, as restrições e as mudanças nas rotinas diárias durante a pandemia causaram uma sensação de perda de controlo e autonomia para muitas pessoas. O sentimento de impotência e a falta de controlo sobre as circunstâncias propiciam uma maior irritabilidade e insegurança em relação a situações, que antes, seriam toleráveis.

Outro fator que pode estar contribuindo para esta falta de tolerância pós-pandemia é a polarização social e política exacerbada durante este período. As opiniões divergentes sobre as medidas de saúde pública, as questões relacionadas com a vacinação e outras políticas governamentais podem ter criado divisões e alimentado conflitos entre as pessoas. Todas estas circunstâncias levam a uma diminuição da empatia e compreensão em relação aos pontos de vista dos outros, aumentando assim esta intolerância.

Por fim, a enchente de informação e a disseminação de “desinformação”, todos os dias e a toda a hora, através das redes sociais e outros meios de comunicação social podem estar a contribuir para um clima de desconfiança e hostilidade. Atrevo-me a dizer que, as pessoas estão mais propensas a reagir de forma negativa a tudo o que põe em causa as suas próprias crenças e pensamentos.

Não resta dúvida alguma, a pandemia deixou uma marca duradoura nas sociedades em todo o mundo, impactando não apenas a saúde física, mas também a saúde mental e emocional das pessoas. É importante reconhecer e abordar os desafios que esta situação nos criou.

A nossa memória é curta, isso já sabemos! Até há bem pouco tempo, o clima de compaixão e empatia, prevalecia acima de tudo. Agora é tempo de refletir e questionar se esta atitude leva-nos a algum lado. É tempo de parar e valorizar a compaixão, a empatia e o diálogo entre as pessoas. Vamos contribuir para uma sociedade mais empática, de compreender e de aceitar o outro, na sua diferença e individualidade. Ferramentas essenciais para a construção de sociedades mais tolerantes e resilientes.

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