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Artigo de Opinião

14/11/2024 08:00

A 25 deste mês, assinala-se o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres.

Trata-se de um dia que continua a ser fundamental para nos sensibilizar - a todos - para a violência em geral e para a perpetrada contra as mulheres, em particular.

A luta contra a violência doméstica na Região Autónoma da Madeira tem uma história de décadas, espelhada pela ação do Governo Regional e dos seus parceiros, através da criação de respostas específicas de prevenção e de proteção das vítimas, de Planos Regionais Contra a Violência Doméstica e de outras ações em rede.

Todo este trabalho tem permitido tirar a dor e o sofrimento de centenas de mulheres do silêncio. Saber que existem estruturas e organismos que dão visibilidade ao fenómeno e que ajudam as vítimas reforça o poder de denunciar, de pedir ajuda e de trilhar um novo caminho de vida.

Há já alguns anos, tive oportunidade de fazer um estágio que me levou ao contacto com mulheres e crianças vítimas de violência doméstica. Foi um dos maiores e primeiros murros no estômago que a vida realmente me deu, mas também uma das maiores lições. Não só técnica e profissionalmente falando, mas uma lição de vida pela força, pela tenacidade e pela resiliência daquelas mulheres, bem como das técnicas que as acompanhavam.

A violência contra as mulheres continua a ser uma realidade dolorosa.

Para quem se ergue contra essa dor, para os filhos (também eles vítimas), para a sociedade. Não é possível, nem pode ser possível, pensar-se que o combate à violência é uma missão de outros ou está refém do Plano Regional e das ações do Governo.

Todos temos responsabilidade, nem que seja somente enquanto cidadãos, enquanto agentes de saúde pública, para assumir um papel nesta missão.

Infelizmente, continua a pensar-se diferente. Aliás, estudos corroboram que a cultura e a tolerância social face à violência doméstica continuam a desempenhar um papel inibidor para a vítima.

Reneguemos esta realidade e lutemos contra ela. Nas nossas casas e nas escolas, esclarecendo as gerações mais novas. Nos nossos grupos de amigos, nos nossos locais de trabalho, nos locais de decisão pública e política.

Reneguemos o abuso, a intolerância, a violência no namoro, a violência doméstica, a dor, o silêncio e o sofrimento. Porque ainda que restasse apenas uma mulher vítima, nem que fosse só uma, todo este caminho valeria a pena.

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