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Artigo de Opinião

Advogada

14/03/2024 08:00

A canção do fim da década de oitenta, de Eddie Grant embora rítmica e caçadora de ouvidos é, sobretudo uma mensagem contra o “apartheid” que à época se vivia na África do Sul. “Jo’anna” é, aqui, a abreviatura de Johannesburg, a capital da segregação.

“Dá-me esperança, Joana, antes que seja tarde demais” “Gimme hope Jo’ana ‘fore the morning come”.

A semana passada completei o meu aniversário, 44 anos a olhar a luz do mundo e a afiar a língua, porque é mais forte do que eu.

Até aos meus oito anos os meus aniversários eram desculpa para convidar os adultos para uma festança em que criança pouco participava. Após o falecimento do meu avô acabaram as festanças e, então, a partir dos meus oito anos, a “festa” resumia-se a uma reunião de colegas de escola, vizinhos, bolo e aparelhagem a tocar a lambada. Os bolos em forma de coração da D. Deolinda, à moda antiga e a brisa laranja, tão bom.

Na adolescência tardia limitávamo-nos a uma pizza, uma torta Dan Cake e um colar de missangas.

Na Universidade passei todos os aniversários com a minha mãe, que fazia questão de não me deixar só e com o meu então namorado, agora marido e um ramo de tulipas.

Depois regressei a casa, já licenciada. Os meus aniversários passaram a ser papel de música, eu diria o adjetivo calão que começa por “c” e termina por “tivos”. Tive mesmo, alguns, muito, muito maus... por isso, decidi deixar de ligar para eles, assinalava com um “auto-presente” e os tão próximos que não podiam fugir e assim se passava.

O ano passado cheguei ao escritório e tinha o gabinete todo enfeitado, com mensagens e mais tarde fotos com piadas privadas.

Este ano foi o melhor aniversário da minha vida. O dia passei no meu local preferido com a minha família nuclear, num sábado. Na segunda, quando pensava que ia almoçar, como habitualmente, com o Marco, eis que sai um grupo escondido há minutos na casa de banho do restaurante para almoçar comigo e partilhar uma tarte de maçã. Fiquei estarrecida...

Mas, quando pensava que tudo tinha acabado, porque já tinha sido muito bom, surge uma conspiração entre os meus amigos mais próximos, que nem são próximos entre si, pela batuta da Joana e foi um passeio de camião (obrigada Ricardo), um café ao pôr-do-sol na minha freguesia preferida, os Canhas. Alguns já lá estavam à espera: Joana, Marisa, Alcindo, Marco (que eu jurava estar no continente). E chega a Judite, com quem acabava de estar mais de meia hora e não se descaiu, e chega o Maurício, foi quando o meu queixo caiu, e que chega a Inês, que disse não poder ir nesse dia e que chega o meu marido e o meu filho e que, quando achava já não aguentar mais, chega a Liliana e o Ivo e ATÉ, o meu irmão.

E chegou bolo e chegou um álbum repleto de amizade.

E chegou a confirmação do que sempre suspeitei a vida toda: a amizade existe.

Obrigada pela amizade e obrigada Joana pela esperança.

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