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Artigo de Opinião

3/05/2022 08:00

São mais de seis anos de exercício do cargo, durante os quais tem imperado uma linha comum de atuação quanto às Autonomias Regionais.

Essa linha é a do conformismo militante.

Nestes seis anos, ninguém o pode acusar de não visitar a Madeira e os Açores. Cá nada! Por vezes até com uma desconcertante frequência.

Estranho? Não. Antes pelo contrário.

Faz parte do modo como alimenta uma suposta atenção e uma suposta proximidade sobre tudo o que acontece em Portugal (tudo mesmo, sem exagero!).

Aliás, é essa imagem de frenética e incansável atividade o que compõe a falsa ideia de que, em tudo e sobre tudo, é um Presidente atuante.

Assim, sob o lema de sua autoria "Juntos por Portugal", e "O Presidente da República é o Presidente de todos. Sem querer ser mais do que a Constituição permite. Sem aceitar ser menos do que a Constituição impõe", passaram mais de 2250 dias.

Durante esse tempo, sucessivas questões têm sido colocadas à sua consideração pelos Governos Regionais e por instituições de diversa ordem (políticas, empresariais e outras).

São questões de diferentes graus de complexidade e naturalmente de importância diferente entre si. No entanto, todos nós somos capazes de identificar um conjunto de cinco ou seis que perduram no tempo como eternamente adiadas.

Outras há que resultam de impasses vigentes, fruto de opções cristalizadoras do modo como os problemas são olhados e da atrofiante máxima portuguesa de que "o sistema é assim, logo…".

Um Presidente que acompanha os diferentes temas (como naturalmente sabemos que Marcelo acompanha e é detentor de informação detalhada e atualizada), pode escolher ser atuante perante sucessivos impasses que prejudicam partes do território, ou, pelo contrário ensaiar um suposto dinamismo que aparenta ação mas não vai além da espuma dos dias, que enche o olho aos mais distraídos.

Não se lhe viu uma diligência que fosse, para juntar as Autonomias da Madeira e dos Açores e com os seus Governos e Assembleias procurar um espaço de compreensão e entendimento quanto ao modo de ultrapassar repetidos problemas e estrangulamentos, fonte de deceções por tantos e tão repetidos esquecimentos.

"Juntos por Portugal" também seria isto. E não se lhe retiraria a força e a autoridade, caso tivesse assumido esta disponibilidade.

Mas isso exigiria, o deitar para trás das costas os costumeiros receios e fantasmas que sempre estão no caminho de qualquer avanço, quando o problema em causa tem a ver com as ilhas.

Infelizmente, fica cada vez mais evidente que, pedir tal coisa é algo desconfortável para uma grande quantidade de pessoas. E nessas parece estar incluído o Presidente da República.

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