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Artigo de Opinião

Socióloga

24/05/2024 08:00

Dar uma boa educação aos filhos é o desejo de todos os pais. Um desejo possível, embora nem sempre fácil de realizar.

A psicóloga brasileira Lídia Weber, que estuda a interação entre pais e filhos, escreveu “Eduque Com Carinho”, um manual para os pais e filhos que inclui doze princípios fundamentais a colocar em prática.

1. Amar sempre e incondicionalmente

É a primeira das regras. “Quanto mais amada uma criança se sente, melhor ela aceita as regras e desenvolve amor e compaixão pelos outros”. Então o lema é: ame o seu filho pelo que ele é e não pelo que ele faz. Esta é uma premissa fundamental no fortalecimento da autoestima e da capacidade de resiliência da criança.

2. Compreender os princípios do comportamento infantil

É preciso perceber por que razão uma criança se comporta de maneira errada. “Um mesmo tipo de comportamento pode ter diferentes motivações e consequências em diferentes momentos”. “Não ceda e nunca recompense um comportamento negativo como a birra, a manipulação, os gritos ou a agressão. Descreva o que o seu filho faz em termos de comportamentos e não de rótulos de personalidade”.

3. Conhecer o desenvolvimento das crianças

É outra das fases do processo. “Às vezes, a criança não tem a intenção de se comportar mal, mas sucede que isso acontece”. Os pais devem, por isso, conhecer os comportamentos e as necessidades próprias de cada etapa de desenvolvimento da criança.

4. Autoconhecer-se

”Conhecer-se a si mesmo permite que a pessoa tome consciência das suas características individuais e as suas expetativas sobre os seus filhos”. Importa perceber que tipo de pai ou de mãe é, e que práticas educativas parentais usa para disciplinar.

Se é do estilo autoritário (muitos limites e pouco afeto), permissivo (poucos limites e muito afeto), negligente (poucos limites e pouco afeto) ou participativo (muitos limites e muito afeto), isso vai afetar a interação com a criança. Uma boa educação deve incluir, de forma equilibrada, limites e regras, afeto e envolvimento.

5. Estimular a comunicação positiva

Procure comunicar de forma positiva e clara com os filhos. Isso ajudá-los-á a expressar os seus sentimentos. Segundo Lídia Weber, existem algumas frases e expressões, autoritárias ou derrotistas que devemos evitar, como é o caso de “Não, porque não e pronto!” ou “Não tens mesmo jeito para nada”.

6. Envolver-se nas suas vidas

Disponibilizar tempo para estar com os seus filhos. É fundamental envolver-se e participar integralmente na vida das crianças. “Um dos fatores mais fortes de proteção para a criança é o nível de envolvimento dos pais na sua vida”. “Construa memórias felizes na vida dos filhos. Eles poderão esquecer os brinquedos que receberam, mas nunca os momentos especiais que passaram consigo, que são insubstituíveis”.

7. Aplicar consequências positivas

Reforce, elogie, recompense e mostre orgulho, como consequência dos comportamentos adequados. Deste modo, estará a valorizar o comportamento dos filhos. Promova um clima familiar carinhoso no qual os filhos se sintam aceites, orientados e apoiados.

8. Usar regras e supervisionar o comportamento

As regras, os limites e a firmeza são fundamentais na educação de todas as crianças. “As regras devem ser sempre claras, consistentes, realistas e apropriadas à idade da criança e devem ser repetidas. Quando a criança é pequena, relembre-lhe as regras”. Além disso, devem ter supervisão e ser consistentes.

9. Ser consistente

Os rituais do quotidiano são necessários e positivos, a par dos comportamentos consistentes e da coerência entre os pais. A consistência promove a confiança. Ser consistente é aplicar as mesmas regras sempre com a mesma finalidade.

10. Aplicar consequências lógicas e nunca punição corporal

Se as crianças se portam mal, devem ser castigadas, mas bater-lhe nunca deve ser uma opção. “De um modo geral, a punição não é eficiente como método para se eliminar um comportamento”. Está provado que o recurso à punição pode trazer danos psicológicos e consequências muito negativas ao normal desenvolvimento das crianças.

11. Representar um modelo moral

É outra das responsabilidades dos pais. “O seu modelo de relacionamento com o seu cônjuge será um modelo de relacionamento conjugal para os seus filhos”. “O clima do seu lar deve ser um porto seguro onde os membros da família querem voltar e onde se sentem amados e seguros”. Aja como gostaria que o seu filho agisse e seja um exemplo nesse sentido.

12. Educar para a autonomia

”Educar com qualidade e de maneira positiva compreende duas atitudes aparentemente antagónicas, que são, estar envolvido e deixar a criança encontrar o seu próprio caminho”. Eduque para a autonomia. Amar um filho passa também por permitir a sua independência. É importante ensinar as crianças a refletir sobre as suas escolhas, mas não decidir por elas, e, promover gradualmente o comportamento de autonomia. Primeiro dê raízes. Depois dê asas.

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