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Artigo de Opinião

2/02/2021 08:00

Desde da última vez que o leitor ‘leu-me’: entramos de novo em quarentena, tivemos eleições presidenciais, assistimos a uma tentativa de golpe de estado nos Estados Unidos, ao segundo ‘impeachment’ do autor moral da mesma, à tomada de posse de Joe Biden, queda de Wall Street às mãos do povo, cheias em Moçambique, trocas de vacinas, um antigo secretário regional que não sabia o que estava a fazer, a ascensão da extrema direita em Portugal, chiça... Isto foram umas quatro semanas engraçadas.

Ah, a cultura em Portugal foi colocada em pausa, sim, isso também, na realidade o que este país tem a mais é cultura. E ainda vamos no primeiro mês de 2021, o que importa é que vai ficar tudo bem... *arco-íris*
Com esta confusão toda sinto-me perdido. É muito assunto, são muitas linhas para serem exploradas, mas este limitado espaço impede-me de o fazer. É verdade, os casos de covid-19 continuam a aumentar a nível nacional e regional, entretanto há mais umas variantes. Inglesas, como o chá das 5 não podia faltar, sul-africana, é o equivalente a leões a passear na Cidade do Cabo, e a brasileira, que como o nome indica está rapadinha lá em baixo. Deixe-me só confirmar que ainda não descobriram a variante madeirense... Não, essa por enquanto, como o Titanic, está controlada. Ainda ia mencionar o aumento do vandalismo na ilha, mas o senhor presidente diz que não há problema.
Parece que, entretanto, a eutanásia foi, finalmente, aprovada no parlamento, é capaz de ser o que melhor se pode tirar deste ano.
O que eu sinto, e é provável o que leitor também, é que este tempo de confinamento, restrições, está a causar uma diminuição da tolerância de uma maneira drástica. Estamos a cada dia que passa mais irritados com o que se passa à volta, e isso acaba por se refletir no nosso dia a dia. Estamos a ser mortos psicologicamente e não reparamos nisso... Por isso, e como forma de fazer algum serviço público, deixo alguns dos melhores álbuns de 2020, sim também foi algo que sofreu com esta redução para as 4 semanas, de modo a relaxarmos e pensarmos na vida:

- Fiona Apple - Fetch the Bolt Cutters; o regresso que mostra que é possível fazer música pop inovadora.

- Phoebe Bridges - Punisher; ao segundo disco Phoebe Bridges assume a ribalta com 11 canções que vão do folk, ao pop, passando pelo rock.

- Bob Dylan - Rough and Rowdy Ways; há poetas e há músicos, e depois há Dylan, é um poema e uma sinfonia.

- Yves Tumor - Heaven to a Tortured Mind; é capaz de ser o melhor álbum para descrever um ano estranho.

- Jessie Ware - What’s Your Pleasure; num ano em que as discotecas fecharam é triste ter havido um disco de tamanha qualidade para a pista de dança.

- Run the Jewels - RTJ4; no futuro quando tivermos que estudar o que se passava na viragem da década colocamos RTJ4 e percebemos.

- Sault - Untitled; o leitor sabe o que é melhor que 1 álbum? Dois. Foi isso que o conjunto britânico decidiu fazer num R&B a roçar a perfeição.

- Tame Impala - The Slow Rush; relaxado, divertido, sem presunções, é isso que podemos encontrar neste disco.

- Destroyer - Have We Met; uma mistura da pop dos anos 80, em que parece que mergulhámos no universo dos Roxy Music, o revivalismo que todos precisamos.

- André Henriques - Cajarana; é, provavelmente, um dos melhores discos portugueses dos últimos anos.

Eduardo Azevedo escreve
à terça-feira, de 4 em 4 semanas

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