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Artigo de Opinião

10/12/2021 08:01

Admitindo o direito ao credo e ao não credo, rejeitando radicalismos e militâncias de parte a parte. Não suportando a discriminação de género, etnia ou orientação sexual, mas tendo pouca tolerância com a militância panfletária, de quem faz de um certo ativismo bacoco o seu modo de subsistência.

No fundo, a maioria do povo português é do PPD/PSD mesmo que não o saiba, mesmo que seja eleitor habitual de outras forças partidárias.

No fundo, o partido social democrata é aquilo que chamamos em ciência política The catch all party, que não é mais do que o partido que melhor compreende a essência do sistema de liberdades e garantias das sociedades ocidentais. Depois temos aquilo que se chama de dialética, estratégia e o pragmatismo políticos, e a discricionariedade das diferentes lideranças, o que tudo em conjunto orienta o partido mais para um lado ou mais para o outro. O PSD de Rui Rio optou por não fazer um entendimento pré-eleitoral com esfrangalhado CDS de Chicão. Tal decisão tem menos que ver com o atual estertor de irrelevância centrista, e mais com a evidência de que a grande estratégia do reforçado líder social-democrata para a chegada ao poder insere-se num projeto de repetição do histórico bloco central, em acordo pós-eleitoral, com o PS. E sabendo nós que Costa chegou ao domingo das legislativas de 2015 com acordo já firmado com a extrema-esquerda, conjugado com a vontade de Marcelo de governar a partir de Belém em caso de pântano para obtenção de maiorias, só um ingénuo pode crer que Costa e Rio ainda não acertaram já um entendimento, do género " salvação nacional". Só uma maioria absoluta de um partido poderá dinamitar este quadro.

Por cá vamos em coligação com o nosso parceiro do Governo, e vamos muito bem. Não só porque um combate eleitoral em campos opostos faz sempre nossa, vejam-se alguns municípios na Região nas recentes autárquicas, mas essencialmente porque ajuda a confundir um PS em guerra civil pela liderança, e em autofagia pelos lugares elegíveis para as nacionais. O PS regional está sempre mais preocupado em descobrir razões exógenas para as suas derrotas eleitorais do que a fazer uma reflexão séria, e um ato de contrição, que o ajude a sair do estado de "falsa partida permanente" em que caiu.

Nas legislativas de 2019 justificaram a derrota, que os obrigou a rolhar de novo o champanhe, com a atração dos votos dos regressados da Venezuela por parte da direita. Nem dentro do PSD foi dada tamanha importância a tal estratégia, e contra mim falo. Nas últimas autárquicas desculparam, antes da indecorosa troca de acusações interna, a perda da joia da coroa - Funchal, com os votos do CDS, quando se sabe que uma coligação nunca significa à partida a soma dos votos dos partidos que a compõem. Por definição, há sempre votos que se perdem, porque há eleitores de um partido que nunca votam no outro. Isto antes que outros fatores possam alavancar o projeto político, como aconteceu. A Coligação de direita conseguiu na nossa capital mais 4 mil votos que os votos somados de PSD e CDS em 2017. Portanto as razões foram outras. Já para a eleição de janeiro os socialistas alegam que a coligação vai a votos para esconder a irrelevância do CDS. Decidam-se, rapazes! O CDS afinal tem muitos votos como no Funchal, ou quase nenhuns como insinuam agora?

Enquanto na rua da alfândega afiam-se facas, na rua dos netos Albuquerque opta pela serena continuidade de Sérgio Marques, continuando os dois a serem os únicos políticos da sua geração na primeira linha da batalha autonómica.

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