Uma sugestão para quem está de folga. Aproveitem e saiam de casa. Vão à serra ou ao mar, isto, claro, se a previsão meteorológica, que indica a ausência de chuva, se confirmar. Em suma, aproveitem para tirar o melhor partido de uma lei eleitoral que faz tanto sentido agora quanto faria continuar a utilizar como transporte uma carroça puxada por um burro.
Mas, atenção. Não me importaria que a reflexão abrangesse mais dias. Nada de más interpretações.
Faço parte de um grupo de indivíduos que já chega cansado à campanha eleitoral por força de um período de pré-campanha que dura meses. Um tempo repleto de queixas e mais queixinhas, múltiplos reparos e outras questiúnculas, que mascaram as soluções - quando as há - apresentadas e que passam ao lado de boa parte do eleitorado. E o pior é que hoje e amanhã vai continuar o queixume. De todos. Dos cartazes colocados à boca da urna, dos candidatos que teimam em conversar com quem vai votar, das boleias para ir votar. O de sempre.
Por falar em soluções, a República anunciou três por estes dias para apoiar as famílias que enfrentam dificuldades para lidar com o aumento dos juros do crédito à habitação. Simplificando, autorizou a redução temporária da mensalidade, mas avisa que dentro de seis anos, quando os juros rondarem o razoável, quem devia pagar menos… vai passar a pagar mais à boleia de uma benesse que serve apenas para empurrar o problema com a barriga. Já para não falar que a ‘solução’ surge tarde para os milhares que andam aflitos há largos meses.
A máxima de quem governa, todavia, é que tudo corre bem... Independentemente de muitos dizerem o contrário. Mais ou menos o mesmo que se passa com o Marítimo, na ótica do presidente Rui Fontes, que entende que o trabalho está a ser bem feito apesar da descida de divisão da equipa profissional.
Aliás, essa terá sido, na sua opinião, a única mancha da atual direção. Até parece coisa de somenos importância, quando a bandeira da sua candidatura tinha como objetivo primordial "estar entre os seis, sete maiores do futebol nacional". Palavras suas.
Verdade seja dita. O mandato de Fontes tem sido tudo menos fácil. Depois de garantir a manutenção, começaram as desavenças com João Luís, as trocas de treinadores, as aquisições que não funcionaram, a despromoção… E quando a equipa começou finalmente a ganhar, já este ano, claro, regressou o espectro de desentendimentos internos, agravado com o pedido de alguns sócios para uma Assembleia Geral que conduza à sua destituição.
O presidente a tudo tem resistido, afiançando - com insistência - que o futuro será bem melhor do que o passado, apesar de o presente ser menos animador do que aquilo que herdou. Na verdade, se Tulipa e seus comandados estão agora a ganhar jogos, Fontes devia e mereceria colher louros pelo efeito. Seria o mais normal. Mas como também rejeitou responsabilidades pelo insucesso…