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Artigo de Opinião

Professor Universitário

4/09/2024 17:17

Filantropia, segundo o dicionário da academia das ciências de Lisboa, traduz “um sentimento de amor que move alguém na busca efetiva do bem ou da felicidade do próximo, sem distinção;” um sentimento de generosidade altruísta de “amor à humanidade” (segundo o grego), à causa comum, ao interesse maior da comunidade e de todos quantos dela fazem parte. As origens latinas e gregas da palavra “filantropia” deriva dos termos philos (que significa amar) e antropos (que significa homem), dando assim origem ao termo filantropo que caracteriza todo aquele, pessoa ou instituição que pratica filantropia.

Para muitos, a filantropia é sinónimo de caridade, mas na prática não o é. Ainda que ambos os termos tenham raízes e valores semelhantes, a filantropia traduz nos tempos modernos um comprometimento com a promoção do bem-estar humano e a melhoria das condições de vida da comunidade por via de um conjunto de ações, seja elas mais tradicionais ou estratégicas, de cariz financeiro, educativo, social, cultural e até mesmo ambiental.

O ato de ajudar e/ou dar passou nos tempos modernos a estar associado ao ato de doar por parte de pessoas “muito ricas”, por via de fundações, mecanismos e projetos criados para o efeito, da qual os governos e demais entidades públicas que os representam passaram a depender ou de certa forma a promover por via da criação de condições favoráveis (regulamentação jurídica, isenções várias e intervenção em parceria), dando assim ainda mais visibilidade e reconhecimento público ao suposto “sentimento de generosidade altruísta”.

Bastará ao leitor pensar em um, dois ou três exemplos que lhe venham à memória, sejam eles nomes de pessoas ou instituições para consigamos entender o quão enraizado as questões da filantropia estão enraizadas na nossa sociedade, seja à escala nacional ou a nível global com tudo o que a filantropia tem de positivo e de menos bom. Se por um lado o apoio a determinadas causas sociais de forma permanente e prolongada no tempo se assume como a forma mais visível da prática da filantropia, em muitos casos, se substituindo ao papel de responsabilidade do Estado para com os cidadãos e o meio ambiente, fora do setor sem fins lucrativos, também as empresas, vulgo entidades privadas com fins lucrativos, passaram a ter uma preocupação cada vez maior com determinadas questões societárias, sejam elas sociais, culturais ou ambientais. Esse posicionamento estratégico designado de responsabilidade social (corporativa), não sendo filantropia pura, é ainda assim um primeiro passo e uma grande contribuição para a sociedade e para as causas a que se destina.

Voltando à filantropia, esta não é apenas uma coisa de pessoas ricas, a filantropia é algo que todos podemos fazer e contribuir. Para as gerações mais novas os termos “bem social”, “impacto” ou “inovação social”, captam rapidamente a noção de querer melhorar o mundo à sua/nossa volta.

Pois bem, há algo de maravilhosamente pessoal e libertador associado à filantropia. É algo que deve sempre trazer alegria e satisfação... a prática de expressar generosidade, não somente doando dinheiro, mas também tempo... importa sim fazer a diferença – começando agora mesmo!

*Faculdade de Ciências Humanas, Universidade Católica Portuguesa

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