Os passageiros de voos internacionais de fora da Europa que estão a chegar hoje ao aeroporto de Lisboa estão a esperar entre quatro a cinco horas no controlo dos passaportes, na sequência de um plenário de trabalhadores do SEF.
Em resposta à Lusa, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) disse ser "alheio a esta iniciativa" e admitiu que "a reunião de trabalhadores terá afetado mais de 4.500 passageiros", segundo estimativas da ANA Aeroportos.
No aeroporto de Lisboa, a Lusa falou com alguns dos passageiros afetados, que confirmaram ter esperado mais de quatro horas em "filas completamente desorganizadas".
George Hough chegou às 09:30 de um voo com origem no Canadá e só chegou à zona exterior do aeroporto às 13:40.
"É a segunda vez que venho a Portugal, mas, se soubesse que isto ia acontecer, não tinha vindo", disse aos jornalistas.
Vítor Hugo Sousa, passageiro vindo do Brasil, contou, por seu turno, que "não havia qualquer organização nas filas" e que não havia ninguém a dar informação sobre o que se passava.
"Quando chegámos, vimos uma multidão e só havia dois agentes [do SEF] para controlar os passaportes dos voos de fora da Europa", disse Vítor Hugo Sousa.
Também Iara Campos, cidadã brasileira, contou à Lusa que chegou num voo às 09:40, "com o marido diabético", e tiveram de aguardar "mais de quatro horas na fila".
Segundo esta passageira, "houve pessoas que desmaiaram na fila enquanto aguardavam pelo controlo do passaporte".
Iara Campos acrescentou que, à chegada ao aeroporto, ainda dentro do avião, foram informados pela TAP [companhia na qual viajavam] de que havia "uma greve" e, que depois de duas horas na fila, receberam a indicação de que havia um problema com "os funcionários das migrações".
Estes passageiros queixaram-se de falta de informação, de apoio e de desorganização nas filas.
Numa nota enviada à agência Lusa, o SEF informa que houve um plenário de trabalhadores convocado por uma estrutura sindical entre as 06:00 e as 09:00, "que provocou constrangimentos na área das chegadas do aeroporto de Lisboa".
O SEF adianta que naquele período assegurou os serviços mínimos e que avisou atempadamente a ANA para a possibilidade de constrangimentos.
Lusa