MADEIRA Meteorologia

Eleições: Chega, PCP, BE querem mais impostos sobre a banca e IL privatizar CGD

Data de publicação
19 Fevereiro 2024
11:39

Impostos extraordinários sobre a banca são defendidos, nos programas eleitorais para as legislativas de março, por Chega, BE, PCP, Livre e PAN, enquanto PS e AD não propõem mexidas no setor e a Iniciativa Liberal defende a privatização da CGD.

O Chega defende uma “contribuição extraordinária temporária” sobre os lucros dos bancos em 2024 e 2025 e que a contribuição do setor bancário que já existe seja aumentada em 10%.

Também o Bloco de Esquerda (BE) propõe um imposto sobre lucros excessivos e defende o aumento da contribuição extraordinária sobre a banca e que sirva para “financiar políticas públicas de habitação”. Quer ainda o BE que o banco público Caixa Geral de Depósitos baixe os juros dos crédito para compra de casa, poupando dinheiro às famílias e criando competição no sistema bancário que levaria os outros bancos a também ter de baixar os juros.

A CDU (coligação liderada pelo PCP) defende um regime especial que “ponha os lucros da banca a suportar o aumento das taxas de juro” dos créditos à habitação e que também obrigue os bancos a reduzir taxas, comissões e outros encargos. À semelhança do BE, também quer a que a CGD reveja juros, comissões e outros encargos (nos contratos novos mas também nos antigos) para valores “abaixo das que são praticadas pelos bancos privados, inclusivamente na transferência de crédito”.

O Livre defende o aumento das taxas do adicional de solidariedade sobre o setor bancário e a criação de uma sobretaxa extraordinária progressiva sobre o lucro de empresas, incluindo da banca.

O PAN pretende limitar os pagamentos aos acionistas e bónus aos gestores de bancos que receberam apoios financeiros públicos entre 2008 e 2023 e que esses valores sejam “canalizados para medidas tendentes a mitigar os efeitos do incremento dos indexantes de referência de contratos de crédito para aquisição ou construção de habitação própria permanente”.

BE, PCP e Livre defendem também que a entrega de uma casa à banca, por o cliente não conseguir pagar o crédito, extinga a dívida (atualmente o cliente entrega, mas se a venda da casa ficar abaixo da dívida o cliente continua a ter de pagar o valor restante).

A privatização da CGD volta a ser defendida pela Iniciativa Liberal, que é aliás o único partido a fazê-lo, por considerar que o banco público deve estar a salvo da intervenção governamental. Já a CDU quer a CGD passe a ser estratégica para o Estado, deixando de estar alinhado com a banca privada, e que Portugal volte a ter a soberania sobre o seu setor bancário (rejeitando desde logo a União Bancária) e o BE defende uma banca pública estratégica e reforçada.

Sobre o Banco de Portugal, o BE quer que continue a política de redução das provisões e que seja entregue ao Estado em dividendos os lucros obtidos com a dívida pública portuguesa.

O Chega defende que seja o Presidente da República a nomear o governador do Banco de Portugal (atualmente é o Governo) e a IL quer que o governador e dirigentes do banco central sejam designados após concurso.

PS e AD - Aliança Democrática (coligação liderada pelo PSD, com CDS-PP e PPM) não apresentam propostas interventivas sobre o setor bancário. A AD defende o reforço da concorrência e que haja restrições à venda de produtos associados, por exemplo, que não seja possível penalizações no ‘spread’ por não contratação de seguros.

Defendem PS, AD e Chega que a banca sirva de plataforma para facilitar a compra de primeira habitação beneficiando os créditos concedidos pelos bancos de garantia pública (a proposta da AD diz que a garantia pública é para a totalidade do crédito).

Nos debates televisivos alguns destes temas já foram falados, evidenciando as diferenças entre partidos.

No debate com o BE, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, disse ser impossível de concretizar e injusta a proposta de obrigar a CGD a reduzir o ‘spread’ do crédito à habitação.

“Um acionista, seja público ou privado, não pode dar orientações sobre o modelo de risco e preços dos bancos, não pode dizer: baixa o ‘spread’”, afirmou, acrescentando que, por outro lado, “a proposta do Bloco dirige-se apenas aos que têm crédito na CGD, reduzindo o lucro de todos”.

Em outros debates, a líder do BE acusou tanto o Chega como a IL de, com as suas propostas de redução significativa do IRC, quererem que a banca, assim como outras grandes empresas, paguem menos impostos. André Ventura (Chega) disse que o seu partido “defende baixa de impostos” para que Portugal consiga “atrair mais investimento e Rui Rocha (IL) afirmou que o que o seu partido defende é que o Estado não intervenha no mercado nem venha “a dar ordens à CGD” e que para a IL “os lucros são privados e os prejuízos são privados”.

Quanto à garantia do Estado a créditos à habitação, no debate entre Livre e Chega, a jornalista questionou André Ventura sobre se não é uma contradição o partido, que diz que a banca deve ajudar os portugueses, propor uma medida que pode ser vista como subsídio aos bancos, permitindo-lhes conceder crédito sem correr riscos.

Ventura disse que “a banca deve ajudar com créditos à habitação baixos”, mas que no entretanto é preciso uma medida que ajude os jovens que têm salários baixos e não têm património para comprar casa.

Já o líder do Livre, Rui Tavares, disse que se está “a dar à banca o maior presente de todos”, ao permitir que dê crédito e “quando houver crédito malparado é o Estado que fica na linha” e defendeu que a proposta certa é a do Livre em que, em vez de o Estado ser fiador, este ajuda à comparticipação da entrada da casa, devolvendo depois os jovens o valor emprestado pelo Estado.

OPINIÃO EM DESTAQUE
Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira
18/12/2025 08:00

Há uma dor estranha, quase impossível de explicar, que nasce quando alguém que amamos continua aqui... mas, aos poucos, deixa de estar. Não há funerais,...

Ver todos os artigos

88.8 RJM Rádio Jornal da Madeira RÁDIO 88.8 RJM MADEIRA

Ligue-se às Redes RJM 88.8FM

Emissão Online

Em direto

Ouvir Agora
INQUÉRITO / SONDAGEM

Concorda com a entrega do Prémio Nobel da Paz a Maria Corina Machado?

Enviar Resultados
RJM PODCASTS

Mais Lidas

Últimas