O Departamento do Tesouro norte-americano retirou hoje duas empresas da lista de entidades sujeitas a savções por alegados vínculos com o empresário Alex Saab, considerado testa-de-ferro do Presidente Nicolás Maduro, preso em Cabo Verde e que os EUA requerem extradição.
Segundo o Departamento do Tesouro foram removidas da lista as empresas italianas AMG SAS Di Alessandro Bazzoni & C. e Serigraphiclab Di Bazzoni Alessandro.
Estas empresas, segundo a imprensa local, seria propriedade do italiano Alessandro Bazzoni, que teria criado um departamento de comercialização paralelo, informal, à empresa estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA), que teria permitido a venda de crude venezuelano, contornando as sanções impostas pelos EUA contra Caracas.
A 14 de janeiro, os EUA emitiram sanções económicas contra três pessoas, 14 entidades e seis embarcações, que alegadamente faziam parte de uma suposta rede criminosa liderada pelo empresário colombiano Alex Saab, para comercializar crude venezuelano sem as penalizações que Washington impôs à petrolífera estatal PDVSA.
Segundo Washington, a rede criminosa foi dirigida pelo vice-Presidente para a Economia da Venezuela, Tareck El Asissami, e por Alex Saab.
"Os que facilitam as tentativas do regime ilegítimo de (Nicolás) Maduro de contornar as sanções dos Estados Unidos contribuem para a corrupção que consome a Venezuela", afirmou, na altura, em um comunicado, o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin.
Entre os visados pelas sanções está o italiano Alessandro Bazzoni, que, supostamente, se encarregava de fazer a ligação a outras duas empresas sancionadas pela administração Trump - a Elemento, com sede em Malta e que foi comprada pela PDVSA, e a Swissoil, que se encarregava de transportar o crude venezuelano para o mercado asiático.
Alex Saab, de 49 anos, foi detido em 12 de junho de 2020 pela Interpol e pelas autoridades cabo-verdianas, durante uma escala técnica no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, com base num mandado de captura internacional emitido pelos Estados Unidos da América (EUA), quando regressava de uma viagem ao Irão em representação da Venezuela, na qualidade de "enviado especial".
Por ter ultrapassado o prazo legal de prisão preventiva, o empresário colombiano foi colocado em prisão domiciliária, também na ilha do Sal, no final de janeiro, mas sob fortes medidas de segurança.
A Venezuela diz que Alex Saab viajava com passaporte diplomático daquele país, enquanto "enviado especial", pelo que não podia ter sido detido.
A detenção de Alex Saab colocou Cabo Verde no centro de uma disputa entre os regimes de Nicolás Maduro, na Venezuela, e a presidência norte-americana, com Donald Trump.
Os EUA, que pedem a extradição do colombiano, acusam Alex Saab de ter branqueado 350 milhões de dólares (295 milhões de euros) para pagar atos de corrupção do Presidente venezuelano, através do sistema financeiro norte-americano.
Lusa