Vadim Shishimarin, o primeiro soldado russo julgado por crimes de guerra desde o início da invasão da Ucrânia, foi, hoje, condenado a prisão perpétua por matar um civil desarmado.
A propósito da morte do ucraniano Oleksandr Shelipov, de 62 anos, o militar, que era sargento do exército russo, confessou o crime, mebira tenha garantido que estava apenas a cumprir ordens, apresentando um pedido de desculpas à viúva.
"Sei que não me poderá perdoar, mas peço o seu perdão", declarou o soldado, dirigindo-se diretamente a Katerina Chelipova, a viúva do homem de 62 anos.
Na ocasião, quando questionado sobre se admitia "sem reservas" todo os atos de que é acusado, incluindo atos que constituem crimes de guerra e acusações de assassínio premeditado, o sargento russo, natural de Irkutsk, na Sibéria, declarou que "sim".
De acordo com a acusação, Vadim Chichimarine comandava uma pequena unidade dentro de uma divisão de tanques, quando foi atacado, tendo nessa altura roubado uma viatura, juntamente com outros quatro soldados.
Enquanto conduziam perto da aldeia de Choupakhivka, na região de Sumy, os soldados encontraram um homem de 62 anos, que empurrava a bicicleta e falava ao telemóvel.
Segundo a justiça ucraniana, "um dos militares ordenou ao arguido que matasse o civil para que este não os denunciasse", tendo o homem sido assassinado e deixado no local, a poucas dezenas de metros da sua casa.
No início de maio, as autoridades ucranianas anunciaram a detenção deste soldado russo, divulgando um vídeo em que Vadim Chichimarine dizia ter ido lutar para a Ucrânia para "apoiar financeiramente a mãe".
Recorde-se que a Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
Lusa