Um comandante do exército israelita avisou hoje que as tropas destacadas no norte do país, onde Israel faz fronteira com o Líbano, estão a preparar-se para uma “ofensiva decisiva” contra o Hezbollah, após vários meses de fogo cruzado.
O movimento islamista libanês Hezbollah, pró-iraniano, e o exército israelita estão envolvidos em hostilidades desde 08 de outubro de 2023, um dia depois do início da guerra na Faixa de Gaza, nos piores confrontos entre as duas partes desde 2006.
Num discurso proferido durante uma visita ao norte do país, o general israelita Ori Gordin reivindicou hoje, perante soldados do exército judaico, ter já “eliminado mais de 500 terroristas no Líbano, a grande maioria dos quais pertencentes ao Hezbollah”.
As tropas israelitas no norte estão atualmente a operar para proteger os habitantes desta parte do país e “preparar a transição para a ofensiva”, acrescentou Gordin, comandante das forças israelitas no norte, citado num comunicado do exército.
“Quando chegar o momento e passarmos à ofensiva, será uma ofensiva decisiva”, acrescentou.
Desde 08 de outubro de 2023, um dia após o ataque do Hamas no sul de Israel e que desencadeou a guerra em Gaza, a violência entre o exército israelita e o Hezbollah provocou pelo menos 523 mortos no Líbano, na maioria combatentes, segundo um relatório compilado pela agência noticiosa France-Presse (AFP) a partir de várias fontes.
A maior parte destas pessoas, 342, foram confirmadas como combatentes do Hezbollah, mas o número de mortos inclui também 104 civis.
O general Gordin não mencionou quaisquer vítimas civis.
No norte de Israel, pelo menos 18 soldados israelitas e 13 civis foram mortos, segundo o exército de Telavive.
Dezenas de milhares de pessoas foram entretanto deslocadas no Líbano e em Israel na sequência desta vaga de violência transfronteiriça.
O Hezbollah, apoiado pelo Irão, afirma que os ataques contra Israel têm servido para demonstrar o apoio do movimento ao seu aliado Hamas.
O Hezbollah integra o chamado “eixo de resistência”, uma coligação liderada pelo Irão de que faz parte também, entre outros, o grupo extremista palestiniano Hamas e os rebeldes huthis do Iémen.
Hoje, o exército israelita bombardeou alvos alegadamente ligados ao Hezbollah no sul do Líbano e intercetou “um lançamento que partiu do território libanês”, não havendo até ao momento relatos de vítimas ou danos materiais.
As tensões aumentaram nas últimas semanas e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, avisou recentemente que o exército israelita “está preparado para uma ação muito poderosa” na fronteira libanesa.
Por seu lado, o líder do movimento libanês e pró-iraniano, Hassan Nasrallah, assegurou que se o Hamas e Israel chegarem a um cessar-fogo na Faixa de Gaza, o grupo cessará os seus ataques “incondicionalmente”.