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Elevado número de mortes por onda de calor na Índia posto em causa pelas autoridades

JM-Madeira

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Data de publicação
19 Junho 2023
16:51

A anunciada morte de 98 pessoas devido a uma vaga de calor que assola o norte da Índia foi posta hoje em causa pelas autoridades locais, que reviram em baixa o total de vítimas mortais para 68.

"Nas últimas 24 horas, morreram 14 pessoas que sofriam de várias doenças", disse hoje Jayant Kumar, médico chefe do distrito de Ballia, no estado de Uttar Pradesh, no norte do país, ao Indian Express, somando-se às 54 mortes registadas até domingo.

As temperaturas estão elevadas, pelo que o número de doentes aumentou", admitiu Kumar, salientando que no domingo foram assistidas 178 pessoas nos hospitais e centros de saúde da região.

A controvérsia sobre a causa das mortes começou no fim de semana, depois de o "número dois" de Kumar, o superintendente médico chefe Diwakar Singh, ter dito aos jornalistas que foram registados 98 óbitos devido à vaga de calor que atinge o norte da Índia.

Nos últimos dias, o distrito de Ballia registou temperaturas entre 40 e 45 graus Celsius, sublinhou então Singh, realçando que 450 pessoas tiveram de ser assistidas nos últimos dias nos hospitais dos estados indianos de Bihar e Uttar Pradesh, no norte do país.

As palavras de Singh foram contestadas pelo vice-ministro-chefe de Uttar Pradesh, Brajesh Pathak, em declarações a várias estações de televisão indianas, como a Zee News.

Singh foi, entretanto, afastado do cargo pouco depois das declarações à imprensa, disse à agência noticiosa espanhola EFE o seu substituto, S.K. Yadav, que não quis comentar o incidente, e as autoridades anunciaram uma investigação sobre as causas das mortes.

"Foi formada uma comissão de investigação que visitou domingo o hospital distrital e reuniu-se com os pacientes. Foram recolhidas amostras de água, sangue e urina", disse o médico chefe de Ballia, comentando a teoria de que as mortes foram causadas por outras razões que não as altas temperaturas.

Um dos médicos encarregados da investigação, A.K. Singh, disse ao Indian Express que os sintomas eram diferentes da febre e dos desmaios normalmente associados às ondas de calor.

A rápida transferência do responsável médico e as dúvidas levantadas pelas autoridades, num Estado sob a alçada do Partido Bharatiya Janata (BJP), nacionalista hindu, do primeiro-ministro Narendra Modi, suscitaram críticas da oposição.

"Tantas pessoas morreram em Uttar Pradesh por causa da desatenção do governo estadual. Deviam ter avisado as pessoas sobre a vaga de calor. Nos últimos seis anos, não foi construído um único hospital distrital", declarou aos meios de comunicação social Akilesh Yadav, líder do Partido Samajwadi, da oposição, e antigo ministro-chefe da região.

De acordo com um estudo publicado em 2021 por meteorologistas indianos, mais de 17.000 pessoas morreram nos últimos 50 anos devido às temperaturas extremas.

A onda de calor não é o único fenómeno extremo que a Índia enfrenta neste momento, tendo o Hindustan Times noticiado que uma tempestade no estado de Assam, no extremo nordeste do país, já provocou pelo menos um morto e mais de 37.500 pessoas afetadas pelas inundações.

Lusa

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