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Duas eleições parciais no Reino Unido testam trabalhistas em crise

Data de publicação
15 Fevereiro 2024
9:04

O Partido Trabalhista testa hoje a popularidade junto dos eleitores britânicos em duas eleições legislativas parciais, que estão a ser ensombradas por uma polémica causada por declarações classificadas como antissemitas proferidas por alguns membros da força política.

As eleições realizam-se nos círculos eleitorais de Kingswood (oeste de Inglaterra) e Wellingborough (centro), até agora representados por deputados do Partido Conservador, atualmente no poder.

Chris Skidmore renunciou em janeiro ao assento de Kingswood, que ocupava desde 2010, em protesto contra o plano do primeiro-ministro conservador, Rishi Sunak, de aumentar a exploração de petróleo e gás no Mar do Norte.

Em Wellingborough, Peter Bone, que ocupava o lugar desde 2005, foi destituído depois de ter sido suspenso durante seis semanas do parlamento por assédio e má conduta sexual para com um assessor.

A votação decorre entre as 07:00 e as 22:00 (mesmo hora em Portugal) e os resultados deverão ser anunciados durante a madrugada.

A vantagem média de cerca de 20 votos percentuais nas sondagens de janeiro em relação aos conservadores a nível nacional, de acordo com o site Electoral Calculus, torna favoritos os trabalhistas, principal partido da oposição no Reino Unido.

Desde as eleições legislativas de 2019 que os ’tories’ (conservadores) já perderam oito eleições legislativas parciais, que são convocadas quando um deputado em exercício morre, demite-se ou é destituído.

De acordo com o jornal The Independent, se o Partido Conservador perder mais um lugar, será um novo recorde de derrotas numa única legislatura desde os anos 1960.

No entanto, a confiança do Partido Trabalhista numa vitória nas eleições legislativas previstas para o outono deste ano foi abalada nos últimos dias.

Uma outra eleição parcial marcada para 29 de fevereiro, em Rochdale, está envolta em controvérsia porque na segunda-feira o líder do ‘Labour’ (Partido Trabalhista), Keir Starmer, retirou o apoio ao candidato trabalhista, Azhar Ali, por este ter feito comentários classificados como antissemitas.

Segundo o jornal Daily Mail, Ali disse num evento que acreditava que Israel tinha “permitido” propositadamente os ataques do Hamas em 07 de outubro para obter “luz verde para fazer o que quer” na Faixa de Gaza e responsabilizou “pessoas dos meios de comunicação social de certos quadrantes judeus” pela suspensão do deputado pró-palestiniano Andy McDonald.

Como o prazo para apresentar um substituto já passou, o Partido Trabalhista não estará representado na eleição de 29 de fevereiro.

O mal-estar aprofundou-se após ter sido revelado que outro futuro candidato ao parlamento, Graham Jones, terá usado no mesmo evento um impropério para criticar Israel e ter sugerido que os voluntários britânicos das Forças de Defesa de Israel deviam ser “presos”.

Desde que assumiu a liderança dos trabalhistas, em abril de 2020, Keir Starmer tem-se esforçado por combater o antissemitismo que o antecessor Jeremy Corbyn foi acusado de ter deixado proliferar.

“Quando digo que o Partido Trabalhista mudou sob a minha liderança, estou a falar a sério”, afirmou Keir Starmer na terça-feira para explicar a decisão inédita de retirar o apoio a um candidato em plena campanha.

Por outro lado, Starmer está sob pressão da ala mais à esquerda do partido por recusar apelar a um cessar-fogo em Gaza, arriscando perder o apoio junto da numerosa comunidade muçulmana britânica.

A crise dos últimos dias abriu um flanco às críticas dos conservadores, com o jornal de direita Daily Telegraph a declarar em editorial que “este episódio coloca um enorme ponto de interrogação sobre o empenho e o discernimento” de Starmer.

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